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"Não estamos pedindo absolutamente nada, a não ser o cumprimento da lei"

Segunda, 13 de junho de 2011

O professor Leandro Bineck, da executiva estadual do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte) e coordenador do comando de greve local na região, atendeu a Reportagem do Evolução, por telefone, na tarde de ontem, em pleno ato que reuniu cerca de 15 mil professores no Centro de Florianópolis, após realização de assembleia que decidiu pela continuidade da greve. Segundo ele, a categoria está disposta a manter o movimento "por tempo indeterminado". A seguir, a entrevista, na íntegra.

 

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"São necessários R$ 100 milhões para implementá-lo. Esse dinheiro existe, mas está mal aplicado. Está sendo desviado em entidades, em organizações que não têm nada a ver com a verba do Fundeb" (Foto Elvis Lozeiko/Evolução/Arquivo)
 

EVOLUÇÃO - Boa tarde, Leandro, como estão as coisas aí em Florianópolis? 

LEANDRO BINECK - Neste momento (17:35) está ocorrendo um grande ato - a assmbleia estadual aconteceu há cerca de uma hora - com cerca de quinze mil professores em passeata pelo Centro da cidade.

 

EVOLUÇÃO - Trata-se de mais um dos movimentos da greve?

LEANDRO BINECK - A assembleia decidiu pela continuidade da greve. Não aceitamos a proposta do governo. A greve continua. O Sinte (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina) então apresentou uma nova proposta ao governo. O Sinte tem uma proposta de que o governo pague o piso salarial, que é de R$ 1.187,00, mas respeitando o Plano de Carreira e sem retirar nenhum direito. O Sinte não aceita a retirada de direitos - alguns foram conquistados em outras greves, inclusive.

 

EVOLUÇÃO - Mas o que o governo disse?

LEANDRO BINECK - A proposta que o governo fez ontem (quarta-feira) é que ele tem R$ 22 milhões por mês para os professores, mas este valor não atende à tabela salarial dos professores. A aplicação destes R$ 22 milhões não cumpre o piso e não respeita o Plano de Carreira. Esses R$ 22 milhões são insuficientes. Os professores não querem aumento nem reajuste; querem apenas que o governo implemente a lei nacional, de 2008, com o piso salarial e respeito ao Plano de Carreira. São necessários R$ 100 milhões para implementá-lo. Esse dinheiro existe, mas está mal aplicado. Está sendo desviado em entidades, em organizações que não têm nada a ver com a verba do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento pela Educação e de Valorização dos Profissionais de Educação).

 

EVOLUÇÃO - A greve ganha mais força, então?

LEANDRO BINECK - Exatamente. O governo diz que não tem mais negociação e que esse valor (R$ 22 milhões) é o que existe para aplicar.

 

EVOLUÇÃO - Como foram as assembleias regionais?

LEANDRO BINECK - Teve uma só - de Joinville, se não me engano - que apresentou um indicativo de fim de greve. Os outros noventa e nove por cento das assembleia decidiram pela continuidade da greve. Na assembleia estadual, por unanimidade se decidiu que a greve continua.

 

EVOLUÇÃO - Isso quer dizer que na região de São Bento também...

LEANDRO BINECK - Mais forte do que nunca! Os professores não vão retornar à sala de aula enquanto o governo não cumprir a lei. Nos municípios da região de São Bento, os professores não voltam às salas de aula. A assembleia de hoje (quinta-feira) serviu para decidir se a greve continuaria ou não. Essa assembleia estadual decidiu por unanimidade que a greve continua. Isso deve ser divulgado para pais e alunos. O governo não atendeu as exigências do Sinte. O governo diz que o Sinte se recusa a negociar. Isso é mentira! O governo vai à imprensa dizer que os professores e o sindicato não querem negociar. A lei tem que ser cumprida integralmente, porque tem ser implementados os R$ 1.187,00 no início da carreira. O governo apresenta propostas que não condizem com o Plano de Carreira, principalmente para quem está em final de carreira. É muito mais do que pedir reajuste; é pedir valorização da categoria, dos professores, da classe. Os professores estão dispostos a deflagrar essa greve por tempo indeterminado.

 

EVOLUÇÃO - Qualquer outra notícia repassada em São Bento não tem procedência?

LEANDRO BINECK - O sindicato representa mais ou menos sessenta mil professores e entendeu, nessa assembleia de hoje, que a greve continua. O governo talvez vai fazer ameaças e vai cortar salário para que os professores retornem à sala de aula. O interesse dos professores é retornar às salas de aula, mas isso depende do governo. Não estamos pedindo absolutamente nada, a não ser o cumprimento da lei.



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