As Tentações de Jesus

Em Mateus 4,1-11 vemos que Deus levou Jesus até o deserto. Em Deuteronômio 8,2 vemos que Deus nos humilha e nos prova para ver o que há em nosso coração, se iremos obedecer ou não. Porque é fácil obedecer quando tudo vai bem. Não devemos reclamar quando estamos no deserto, pois foi Deus quem permitiu que nós estivéssemos lá. É necessário irmos para o deserto para vencermos a nós mesmos e ao diabo. Se você não quer ir ao deserto reflita: qual a área da sua vida que você precisa vencer? Deixe que Deus o leve ao deserto e nem reclame ou murmure. O Deserto é um lugar de passagem, de encontro com Deus, de consagração e de dependência. As tentações de Cristo são narradas pelos evangelhos sinóticos, mas o evangelista Lucas é o mais escorreito na ordem cronológica. Ele coloca em ordem os fatos. Sobre isso ver Lucas 1,1-3. Em primeiro lugar vemos a tentação dos pães. Compreendemos melhor a tentação de Cristo observando a sua resposta. A tentação não era de comida, embora para muitos seja e isso pareça até natural para quem ficou 40 dias e 40 noites sem comer. Mas o diabo disse “se és Filho de Deus”. Ou seja, se és Filho de Deus não passe fome, faça pães. No fundo esta é a tentação de independência. O diabo queria que Jesus caísse no mesmo erro de Adão: ver Gênesis 3, 4-5. E a resposta de Jesus foi clara. Jesus reconheceu que no deserto Deus dava o maná ao povo. O importante não era comer, mas sim confiar que a comida viria. Aí vem o questionamento: até quando seremos independentes de Deus? Agindo com nossas próprias mãos e capacidade? Produzindo nosso próprio maná? Guardando o maná para o dia seguinte? O diabo disse a Jesus tudo isso lhe darei, apontando os reinos da Terra. Ele só poderia oferecer aquilo que era dele. Tudo isto era do homem, mas o homem entregou a satanás e, portanto, agora, satanás é o príncipe deste mundo. Tudo isto foi entregue a satanás no Éden. O diabo disse: “dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória”, ou seja, as riquezas, os prazeres e a fama. O diabo ofereceu um atalho a Jesus. Ele não precisaria ir até a cruz do calvário. É como se o diabo soubesse que a glória é toda de Cristo e ele quisesse antecipar isto. Isto nos desperta para os atalhos em nossa vida profissional e financeira. E a resposta de Jesus é categórica: “Amarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás”. A adoração se presta a Deus e não ao mundo. Mas o diabo desafiou ainda Cristo no conhecimento da palavra. Disse satanás: Lança-te daqui abaixo e os anjos hão de resgartar-Te. E Jesus responde: “Não tentarás o Senhor teu Deus”. Porque o povo de Israel havia colocado o Senhor à prova. Pensamos: se sou convertido, porque sofro? E admitimos os ímpios nos dizerem: onde está o teu Deus? Nós devemos confiar sem limites em Deus porque ele sabe o que está fazendo. Ser tentado não é pecado, pecar é quando nos não resistimos à tentação e cedemos. O Adão foi tentado e não resistiu à tentação. Cristo, o segundo Adão foi tentado e superou toda tentação. Quando os discípulos pediram a Cristo “ensina-nos a orar”, Jesus disse “não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”. Interessante é que eles não disseram: ensina-nos a expulsar demônios, ensina-nos a evangelizar, a pregar tua palavra, ensina-nos a sermos bem sucedidos em tudo. Não, eles pediram, ensina-nos a orar! Porque quem ora tem intimidade com o Pai e quem tem intimidade com o Pai tem todas estas coisas e muito mais. Intimidade com Deus é sabedoria, é conhecimento, mas é muito mais do que isto, é bênção, unção, dom, graça, misericórdia, palavra de afirmação e indício de predestinação. Uma semana abençoada meus amáveis leitores.