Quando uma pessoa é diagnosticada com diabetes, a sua rotina é modificada. Exercitar-se regularmente, ajustar os hábitos alimentares, tomar medicamentos e/ou insulinas e media a glicemia são as principais medidas adotadas para a eficácia do tratamento. Mas, não é só o paciente que passa a conviver com novas situações. O apoio familiar, de amigos e colegas de trabalho é benéfico e necessário para pacientes de qualquer faixa etária.
Pensando nisso, o tema deste ano do Dia Mundial do Diabetes, celebrado nesta quarta-feira (14), é "A Família e o Diabetes". Em São Bento do Sul, 3 mil diabéticos estão cadastrados na Secretaria Municipal de Saúde. O tratamento é realizado nas Unidades de Saúde, mas, alguns casos que necessitam de acompanhamento mais constante, como diabéticos tipo 1, insulinizados plenos, diabéticos com complicações e gestantes grávidas, são encaminhados para o Centro de Atendimento aos Diabéticos – CADIA, localizado no Centro de Especialidades Médicas.
Os pacientes são atendidos no local pela equipe multiprofissional composta por duas médicas especialistas em endocrinologia, psicóloga e equipe de enfermagem. “A pessoa quando é diagnosticada com diabetes recebe acompanhamento dos profissionais, de acordo com a necessidade de cada caso e a equipe toda se dedica a auxiliar o paciente a aceitar este diagnóstico, entender o seu tratamento, desenvolver autonomia e controle adequado. Estes cuidados envolvem não somente o paciente, mas toda a família e pessoas que o cercam”, disse Enf. Rosilei T. Weiss Baade
Para a médica Andrea C. B. B. Duvoisin, é fundamental que as pessoas de convivência do diabético tenha conhecimento sobre a doença bem como sobre os cuidados. “Família, amigos e colegas de trabalho fazem parte de uma rede de apoio. O diabético não é proibido de fazer nada, mas necessita readaptar a sua rotina e todos a sua volta precisam ter conhecimento e também identificar as situações em que precisam auxiliar. A adesão da família influencia diretamente no tratamento”, comentou.
O acompanhamento psicológico também é oferecido gratuitamente no CADIA. A psicóloga Elisabeth Nardeli de Oliveira explica que o envolvimento da família aumenta o comprometimento de quem recebeu o diagnóstico e motiva para um melhor controle da doença.
“O diabetes é uma doença crônica e exige mudanças nos hábitos cotidianos do paciente e da família, inclusive na relação com alimentos e exercícios físicos. Estas mudanças impactam no sucesso ou falha do tratamento”, comentou.
Além da assistência médica, o CADIA fornece ainda o aparelho e as tiras para o monitoramento a 650 pacientes que utilizam insulina. Atualmente, são fornecidas 45 mil tiras por mês
14 de novembro - O Dia Mundial do Diabetes é celebrado desde 1991 pela Federação Internacional de Diabetes e pela Organização Mundial de Saúde como Dia Mundial de Diabetes.
Esta data foi escolhida por ser o aniversário de Frederick Banting, o médico Canadiano que juntamente com o seu colega, Charles Best, conduziu as experiências que levaram à descoberta da Insulina em 1921.
A doença - O diabetes é uma doença crônica caracterizada pelo aumento da glicose no sangue, conhecida como hiperglicemia. Isso ocorre porque no nosso organismo temos um hormônio produzido pelo pâncreas chamado insulina, o qual controla a quantidade de glicose no sangue.
O corpo precisa desse hormônio para utilizar a glicose, que obtemos por meio dos alimentos, como fonte de energia. Quando a pessoa tem diabetes, no entanto, o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz.
Há vários tipos de diabetes, os mais comuns são o Tipo 1, Tipo 2 e diabetes gestacional.
No diabetes tipo 1 a hiperglicemia ocorre porque as células que produzem a insulina são atacadas erroneamente pelo organismo e a produzem em pouca ou nenhuma quantidade. É mais comum em crianças, adolescentes e adultos jovens, mas em situações especiais pode aparecer em qualquer idade. Essa variedade é sempre tratada com insulina, automonitoramento (teste do dedo), planejamento alimentar e atividades físicas para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue.
Já no diabetes Tipo 2, o aumento do açúcar no sangue ocorre porque algumas células não respondem corretamente à insulina produzida e a perda da função do pâncreas é progressiva.
Esse tipo de diabetes é mais comum em pessoas maiores de 40 anos, mas também pode ocorrer em outras faixas etárias. Está muito associado aos hábitos de vida. Dependendo da gravidade, ele pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos, exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.
O Diabetes Gestacional, que é um problema que surge durante a gravidez, onde a mulher fica com uma quantidade maior que o normal de açúcar no sangue.
Temos também o pré-diabetes, que não é propriamente um diagnóstico, mas sim um estado de risco aumentado para o aparecimento de diabetes mellitus tipo 2. Pessoas com níveis elevados de glicose (açúcar no sangue), obesidade e forte história étnica ou familiar de diabetes podem ser consideradas de risco e precisam monitorar esta situação. Ela também exige a mudança de hábitos de vida relacionados a alimentação saudável e atividades físicas. Em algumas situações também é iniciado tratamento medicamentoso.
Sintomas - Os principais sintomas do diabetes são urinar com frequência, falta de energia, perda de peso e sede excessiva.
Alguns fatores podem aumentar o risco de contrair o diabetes, como o sedentarismo e alimentação inadequada, além da hipertensão e obesidade. Mulheres com circunferência abdominal superior a 88 cm e homens com cintura maior que 94 cm devem ficar em alerta.
Também são fatores de risco a idade (superior a 25 anos), histórico da doença em familiares, mães que tiveram filhos com peso superior a 4 quilos, diabete durante a gestação ou fraca nutrição durante a gravidez.
Diagnóstico - O exame de glicemia do jejum é o primeiro passo para investigar o diabetes e acompanhar a doença. Os valores normais da glicemia do jejum ficam entre 70 e 99 mg/dL (miligramas de glicose por decilitro de sangue).
Tratamento – Além de monitorar o nível de glicemia - o que é feito com um aparelho chamado glicosímetro - e de tomar a medicação adequada, o diabético precisa realizar de duas a três consultas médicas por ano, fazer exames laboratoriais e consultar cardiologista e oftalmologista anualmente, além de investigação de rins e exame dos pés.
A alimentação equilibrada e a prática de, pelo menos, 150 minutos semanais de atividade física também são recomendações importantes que o diabético deve seguir e todas as pessoas para evitarem o aparecimento da doença.
Atividades nas Unidades de Saúde
Em virtude do “Dia Mundial do Diabetes” algumas unidades de saúde estarão realizando atividades específicas aos diabéticos de sua área de abrangência:
ESF 7 - Alpino - dia 21/11 - dia todo dedicado ao atendimento dos diabéticos - atividade inicia às 8 e a tarde as 14 horas;
ESF 12 - Mato Preto - dia 27/11 - atividade inicia às 8 horas;
Unidade de Saúde Lençol: 19/11 - atividade inicia às 13h30 horas;
Unidade de Saúde Vila Pilz: 26/11 - atividade inicia às 8h30 horas.
A equipe do CADIA estará participando da atividade de Empreender nos Bairros, no dia 24/11, das 9 às 13 horas com atividades de Educação em Saúde, na escola Lúcia Tschoeke, aberta a toda comunidade.
Viviane de Vargas Miranda