Já é o sexto ano que o grupo vem defendendo os direitos das pessoas com deficiência
Para defender os interesses da pessoa com deficiência intelectual e múltipla, a Apae de Rio Negrinho conta com grupo intitulado Autodefensores. A função deles é sugerir ações que aperfeiçoem o atendimento e participação dos alunos da entidade em todos os segmentos da sociedade. Nesta semana, professores e alunos prepararam uma programação contando com músicas, palestras e lançamento da revista comunitária. A ideia é aproximar a comunidade com os trabalhos desenvolvidos pelo grupo.
A Semana de Promoção e Valorização dos Autodefensores e da Família, que ocorre sempre na segunda semana de julho, é instituída pela Lei nº 16.327. A escolha dos alunos é feita por votação realizada pelos próprios membros da unidade, no processo também é escolhido um casal titular. Maricléia de Fátima Lima Santos e Ailton André Schroeder são os responsáveis por este mandato. “As atividades promovem a comunidade uma nova forma de ver essas pessoas, pois são os alunos que apresentam e defendem os colegas em eventos como este”, conta orientadora pedagógica Adriana Aparecida Pscheidt Maros.
Neste ano a semana ocorreu de 9 a 15 de julho, mas foi na programação do dia 13 que os alunos contaram como uma participação especial: a das famílias. Com auxílio das professoras Catarina Aparecida de Andrade e Roseli Knop, um a um foram chamados ao microfone para falar sobre os convidados e das ações estabelecidas pelo grupo. No início do evento foi lançada a revista “Entrelaços: um jeito singular de ver o mundo” feita por 11 alunos da autodefensoria. O projeto foi coordenado pela estudante de jornalismo Thaline Cardoso, no qual cada aluno desempenhou as funções de repórter, fotógrafo, editores chefe e executivo. Além do lançamento, o evento também contou com a apresentação do coral da Apae que cantou a música O sol, do Jota Quest, orientados pela fonoaudióloga Deise Linhares e o músico Felipe Szabunia. Ao final da programação, a advogada Débora Peyel que palestrou sobre os direitos das pessoas com deficiência.
Reivindicações atendidas
José Edemar Benda, 52, que foi primeiro autodefensor, conta que a principal reivindicação, na época, foram as rampas para aumentar a mobilidade dos deficientes físicos. “Tive a oportunidade de expressar a minha opinião, pois já que sou cadeirante tinha locais que eu não conseguia ter acesso”, conta. Outra solicitação do grupo, também atendida, foi a aquisição de um ônibus, com adaptação para cadeirantes, para o deslocamento dos alunos. “Vínhamos com uma empresa de transporte e teve até uma vez que o ônibus quebrou, aí vimos que podia ser feito algo”, aponta José.
Paralelo ao trabalho que realiza dentro da entidade, o grupo também atua para diminuir o preconceito que a maioria das pessoas com deficiência enfrenta nas atividades do dia a dia. “Aprendemos no grupo que devemos ser respeitados pelo que somos e para isso estamos aprendendo os nossos direitos e explicando para aqueles que não sabem”, fala André.