Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
Dom 18 de março de 2018
5º Domingo do Tempo da Quaresma
MENSAGEM DO EVANGELHO
Neste, 5º Domingo do Tempo da Quaresma, o Evangelho de João
12,20-33, lembra que esta passagem só se encontra neste evangelista e
introduz a Paixão de Jesus. Tudo inicia com um encontro com um grupo
de gregos, estrangeiros, que querem ver Jesus. A resposta de Jesus
será um passo adiante. Ele anuncia que sua “hora” chegou. E, porque
chegou a hora, Jesus vai dirigir ao Pai que lhe responde. A Paixão, no
Evangelho de João, é o momento da glória de Jesus e do Pai. É o
momento de dar a vida por amor. E Jesus vai anunciar de que tipo de
morte va morrer. A manifestação de Jesus se dá aos estrangeiros,
embora seja um tanto difícil de dizer que são estes gregos, já que,
naquela época, o termo não se referia somentes aos nascidos na Grécia.
Poderia ser estrangeiros que foram convertidos ao judaísmo, pois
haviam subido a Jerusalém para adorar, gesto parecido com o do eunuco
etíope de Atos dos Apóstolos 8,27. O desejo dos gregos não foi somente
subir a Jerusalém para adorar. Eles devem ter ouvido falar de Jesus e
querem vê-lo, saber quem ele é. Sua atitude não é hostilidade como a
dos fariseus. De certa forma neles se cumpre a profecia dos fariseus
“todos vão atrás dele”. São os dois discípulos missionários de Jesus
que possuem nomes gregos, ‘filos hipos’, ‘aquele que gosta de
cavalos’; ‘andros’ ‘o humano’. Eles são de Betsaida, no norte da
Galileia. Mesmo sendo território judaico era uma região onde habitavam
muitos estrangeiros. Jesus aproveita para falar que chegou o momento
da sua “glorificação”. O ‘kairós’ de Jesus se aproxima, “a hora de
Jesus está chegando”. Em Caná, Jesus disse: “Minha hora ainda não
chegou”, mas varias vezes que tentaram prendê-lo ainda não era chegada
a hora. Agora ela se aproxima. No lava-pés Jesus aba que “chegou a
hora de passar deste mundo para o Pai”. Falando do grão de trigo que
precisa morrer para nascer e produzir fruto, Jesus recorda que Ele
precisa morrer para poder trazer a ressurreição. Neste sentido a vida
não é tirada, mas doada com amor. A vida deve ser doada para que
produza frutos. Quem se apega à vida, vai perdê-la. Quem doa sua vida
vai ganhá-la, é o que Jesus vai fazer. Quem quer servir a Jesus, não
pode ficar em casa, deve partir em seu seguimento, é isso que fazem
seus discípulos missionários. Que serve a Jesus recebe a honra de Deus
Pai. O Evangelho de João não traz a passagem da Transfiguração de
Jesus, mas ao reportar a voz do Pai, encontramos palavras que são
parecidas com aquilo que aconteceu no Monte Tabor nos Evangelhos de
Marcos, Lucas e Mateus. A voz do céu confirma a missão de Jesus: Ele é
o Filho amado de Deus! a glória do Filho será a glória do Pai. Jesus
anuncia que sua morte está próxima e de que tipo de morte, cruz, vai
morrer. Jesus utiliza um fato do passado. Na caminhada pelo deserto,
diante do perigo de morte do povo, Moisés ergueu a serpente e esta se
tornou sinal de salvação para o povo. Jesus será erguido, levantado na
cruz, para se tornar sinal de salvação para nós, e atrair todos a si.
Por ocasião do Jubileu do ano 2000, a Igreja escolheu como tema
“Queremos ver Jesus”. No Antigo Testamento, quem visse o rosto de
Deus, não poderia continuar vivo. No Novo Testamento, Jesus revela no
seu rosto o rosto do Pai. Ver Jesus é comprometer-se com Ele e com a
sua proposta. É tomar a sua cruz de cada dia e colocar-se “atrás”
Dele, como discípulo missionário, dando a vida por amor. Seja fiel,
ofereça o Dízimo!