Uma nova opção de contato com a natureza entretenimento e educação ambiental está sendo ofertada pelo Departamento de Meio Ambiente da Prefeitura de São Bento do Sul. É a “Trilha do Papagaio”, que apresenta em seu portal a placa com o papagaio-de-peito-roxo, Amazona vinacea, espécie, ameaçada de extinção, e um dos símbolos da floresta de araucária, a “Floresta Ombrófila Mista”. A trilha está localizada no Parque Marista, na sede do Grupo Escoteiro Desbravador, no Centro.
As visitas devem ser agendadas no Departamento de Meio Ambiente, preferencialmente com turmas de no máximo 25 alunos, em especial do ensino fundamental, sendo ideal para o 4º, 5º e 6º anos. Os estudantes recebem as orientações com guia passando por uma trilha entre as árvores, momento que também são desenvolvidas algumas dinâmicas em grupo e terminam com outras atividades em terreno plano, que envolvem disputas de conhecimento, reforçando as informações recebidas.
As ações desenvolvidas para educação ambiental apresentadas atendem aos princípios básicos da Política Nacional de Educação Ambiental, que traz o enfoque, holístico, demográfico e participativo. Considera ainda a interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade, o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter e multi transdisciplinaridade.
As primeiras considerações internacionais com a Educação Ambiental iniciaram de forma significativa na década de 70, na ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, em 1972, em Estocolmo na Suécia. Já no ano de 1977 foi realizada a I Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, quando foram definidos os seus princípios, objetivos e características, até os dias atuais, quando o Brasil dispõe de uma Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9795, de 27 de abril de 1999) e que o meio ambiente é um tema transversal obrigatório nas escolas de ensino fundamental.
O formato de trabalho desenvolvido na “Trilha do Papagaio” envolve a sensibilidade, de uma metodologia de comprovada eficácia e que já é utilizada em 12 países, especialmente em trabalhos ao ar livre, chamado de “Vivências com a Natureza”(Sharing Nature), criada pelo naturalista Joseph Cornell, com atividades e experiências divertidas e inspiradoras, visando desenvolver nas pessoas sentimentos de unidade e harmonia com a natureza.
A metodologia “Vivências com a Natureza” consiste em um sistema de orientação para a escolha das atividades a serem postas em prática em visitas a áreas naturais, neste caso na área verde do Parque Marista. Seu objetivo é ajudar a desenvolver nas pessoas tanto o entusiasmo pelo ambiente visitado como um gradual movimento de acalmar a mente, para que os aspectos mais sutis da natureza (humana e não humana) possam ser percebidos.
Os fundamentos da metodologia ”Vivências com a Natureza” estão relacionados a uma visão de mundo que acredita que o aprendizado duradouro deve incluir – e às vezes priorizar – a experiência, a vivência, e que apenas a comunicação de informações, ainda que muito importante não seja suficiente para o aprofundamento, enraizamento e estímulo a mudanças de comportamentos. Propõe que o aprendizado seja por inteiro, com o corpo e a mente, e que possa se ampliar sempre. Os jogos são um meio e não um fim; são ferramentas extremamente eficazes para despertar o encantamento pela vida, a percepção de sua conexão com ela, oferecendo assim a oportunidade de um aprofundamento constante da relação com a natureza e um desejo sincero de protegê-la.
Nesse processo o participante aprende a acalmar a mente e realizar melhor as atividades em geral. Os participantes aprendem também a ouvir, a respeitar os outros e a refletir sobre seus desejos e necessidades.
Algumas das atividades desenvolvidas:
Coruja e Macaco
Esta atividade divide o grupo em duas turmas, sendo um denominado de CORUJAS e outra de MACACOS. As corujas são definidas como espertas e detentoras da verdade, enquanto os macacos são os trapaceiros mentirosos que representam as afirmações falsas. Com estas definições hipotéticas, fica determinada a atividade.
Ambas as equipes ficam enfileiradas distantes frontalmente a um metro de uma linha centralizada em um retângulo, demarcado com cal ou fita. O guia ou monitor da trilha faz uma pergunta ou define uma situação. Quando a resposta for falsa os Macacos tentam pegar as Corujas, quando a afirmação ou resposta for verdadeira as Corujas pegam os Macacos. Quando as corujas ou macacos passarem da linha paralela da linha central, em sua quadra, o participante não pode ser tocado. Quando for tocado dentro do retângulo, perde e sai do jogo. Com esta atividade motivadora é possível constatar a eficiência da visita e percepção dos alunos em relação ao tema abordado.
Que animal sou eu?
Deve-se prender uma imagem ou palavra nas costas de uma criança sem ela saber qual ser vivo representa. Esta inicialmente posicionada de costas para o grupo, vira e começa a fazer perguntas sobre o ser vivo que imagina. Nesta etapa é importante ressaltar que não pode ser dito o nome de animais e plantas, mas as perguntas devem ser no sentido de rastrear a resposta como: Apresenta penas? Vive na água? Come carne? É um mamífero? É um vegetal?
Esta atividade pode ser feita em duplas.
Papagaio-de-peito-roxo
Espalha-se bambolê em número igual ao número par de participantes. Os alunos ficam distanciados a alguns metros dos bambolês dispersos pelo chão, atrás da linha marcada com cal. Após o sinal do monitor, aos pares, devem procurar por um bambolê que representa uma árvore para reprodução. O monitor deve passar informações de impactos ambientais que reduzem a população do papagaio-de-peito-roxo como:
1 - Corte de árvores por madeireira.
2 - Perda de Floresta por incêndio causado por pescador.
3 - Corte de vegetação para ocupação irregular da área urbana.
4 - Perda de aves por traficantes.
5 - Raio atingiu uma árvore (efeito natural).
6 - Corte de árvores para crescimento da agricultura.
7 - Corte de árvores para desenvolvimento da pecuária.
Com o passar da brincadeira as árvores (bambolês) são eliminadas e os tucanos que não conseguem uma árvore saem do jogo. Em determinado momento, estipulado pelo monitor, é exposto a necessidade da preservação do ambiente para a sobrevivência do tucano, bem como outras espécies.
Trilha cega
Uma criança direciona a outra na trilha fazendo a que criança vendada perceba o odor e o tato das folhas, troncos, bromélias, líquens.... Esta ainda vendada deve perceber o som ambiente, das folhas ao vento das aves e o próprio ruído urbano. Após curto trajeto venda é trocana na dupla.