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Trabalho apresentado por Escola Roberto Grant, gerou ameaças e insultos por debater gênero

Trabalho apresentado por escola de São Bento do Sul na Mosisc da UnC gerou polêmica

Terça, 31 de outubro de 2017

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A Mostra Científica da Região do Contestado de Santa Catarina, Mocisc, teve uma situação bastante inesperada. O trabalho de uma escola de São Bento do Sul, que discutia a questão de gênero, não foi bem aceito por duas pessoas que visitaram o evento. Segundo uma nota publicada pela UnC, alunos, um professor e organizadores da mostra foram “ameaçados e insultados publicamente”. A Mosisc é realizada pela UnC desde 2011 e a etapa final ocorreu em Concórdia na sexta-feira, 27 de outubro.

 Segundo uma nota de repúdio publicada pela UnC, o trabalho que foi apresentado por dois alunos, com 15 e 16 anos de idade, e um professor que discutiam o tema gênero, “promovia a música e a dança como mecanismo de combate às ideologias abstratas”. Na nota ainda está escrito que esses visitantes exigiram que o estande fosse fechado, proibindo os menores de expor o trabalho sobre a questão de gênero.

 

Professor diz que trabalho dos alunos de São Bento do Sul foi mal interpretado

O professor de História da Escola Estadual Roberto Grant, de São Bento do Sul, Humberto Correa, que é formado em Ciências Humanas e Sociais, diz que o trabalho foi mal interpretado. “Nós discutimos gênero sem envolver sexualidade. Nosso objetivo foi mostrar que a dança aceita todos os gêneros e que menino que dança é menino. Ele não é homossexual porque está dançando”, destaca o professor.

Humberto comenta que mesmo que algumas funções sejam identificadas como pertencentes ao gênero masculino ou feminino, como cuidar das tarefas domésticas (feminino) ou realizar serviços mais pesados (masculino), não há atividades permitidas para homens ou mulheres. “Talvez causamos impacto porque estávamos trabalhando a questão do gênero e dizendo que a dança dá a liberdade de o jovem participar de uma escola ou ser um bailarino do Bolshoi, que não tem problema. Era isso que queríamos mostrar e não a apologia ao gênero”, afirma.

 

O professor destaca que é importante debater temas diversos e é preciso compreender que a geração atual é diferente. “Temos que evitar que as nossas crianças tenham pensamentos de discriminação. Temos que entender que existe o diferente e que ele também é igual a nós”, pontua. O trabalho foi desenvolvido pelo grupo de hip-hop da escola, que envolve 19 alunos do Ensino Médio. “O mundo não é o nosso umbigo e precisamos respeitar o espaço do outro", enfatiza Corrêa.

 

Na nota a UnC enfatiza que “a universidade tem como prerrogativa produzir conhecimento científico e filosófico, sem partido, credo, raça, opção ou orientação específica. (…) Não aceitamos e não compactuamos, não nos calamos e repudiamos, de maneira vigorosa e veemente, o verbo e os escritos sorrateiros (..), bem como posicionamentos que colocam em cheque a moral de professores e alunos”.

 

 Leia a nota na íntegra da UnC

 

COMUNIDADE CIENTÍFICA DA UNIVERSIDADE DO CONTESTADO SOFRE DISCRIMINAÇAO DURANTE REALIZAÇÃO DA VII EDIÇÃO DA MOCISC

 

A Mostra Científica da Região do Contestado de Santa Catarina – MOCISC é promovida na UnC  desde 2011 com o auxílio financeiro do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico.  A Feira tem como objetivo incentivar a pesquisa, em todas as áreas do conhecimento, a partir de trabalhos de iniciação científica, desenvolvidos e selecionados pelas escolas de Educação Básica da rede pública e privada. Em todas as edições são realizadas cinco etapas classificatórias, onde são apresentados em média 60 trabalhos. Neste ano, a etapa final da MOCISC ocorreu em Concórdia e foram selecionados os trabalhos dos alunos (20) que receberão bolsas de iniciação científica júnior do CNPq durante um ano letivo.

 

Durante a MOCISC foram apresentados 66 trabalhos de diferentes temas, mas em razão de um tema: gênero, cujo trabalho promovia a música e a dança como mecanismo de combate as ideologias abstratas em relação à questão de gênero, os autores do trabalho (2 alunos de 15 e 16 anos e 1 professor) vinculados a uma escola de São Bento do Sul foram discriminados e os organizadores do evento ameaçados e insultados publicamente.

 

Algumas palavras, no contexto social, carregam consigo um significado e, portanto, exigem interpretação. Muitas vezes, no afã da ingenuidade, as interpretações são errôneas e desmedidas. Um exemplo disso foi à exigência de visitantes (2) em fechar o stand, proibindo os menores de expor o trabalho sobre a questão de gênero. 

 

A Universidade tem como prerrogativa produzir conhecimento científico e filosófico! Sem partido, credo, raça, opção ou orientação específica. Ledo engano quando se pensa e se verbaliza que em um universo pela busca do saber se produz senso comum. Nós o recebemos de braços abertos, respeitosos e humildes, na finalidade de interpretá-lo, por meio dos conhecimentos, científico e filosófico, no objetivo de fazê-lo evoluir. Afinal, o pensamento cotidiano evolui, pois a sociedade evolui!

 

A UnC é formada por um universo de pessoas, as quais carregam consigo os seus valores. Aí está o significado do termo universidade: PESSOAS!

 

Por isto, SOMOS PLURAIS!

 

Embasados nessa pluralidade, a qual forma a ciência, é que nos insurgimos quando se tenta denegrir o real motivo de nossa existência. Quando se tenta discriminar pessoas. Quando se tenta calar os jovens. Quando se tenta desvirtuar a finalidade de um trabalho escolar que busca justamente conscientizar sobre as diferenças.

 

Não aceitamos, não compactuamos, não nos calamos e repudiamos, de maneira vigorosa e veemente, o verbo e os escritos sorrateiros, que se esgueiram no anonimato virtual, bem como posicionamentos que colocam em cheque a moral de professores e alunos.

 

Os excessos havidos serão cobrados nas esferas competentes.

 

Para finalizar, a Sociedade sabe de nossa responsabilidade, pois temos o respaldo da tradição, da evolução, da vivência e do respeito e admiração às crianças, adolescentes, jovens, adultos e as diferenças.

 

UNIVERSIDADE DO CONTESTADO

 

Por Analu Slongo

Fonte: Rádio Aliança

 



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