Depois de nomear um novo gerente de fiscalização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Santa Catarina, a Secretaria de Saúde de Santa Catarina apresentou durante coletiva de imprensa nesta manhã, em Florianópolis, a prévia de como deve funcionar o novo modelo do serviço no Estado. Previsto para ser implementado somente em dezembro, a proposta do governo estadual é integrar o Samu com o Corpo de Bombeiros e centralizar todas as operações dos dois órgãos em uma única estrutura. No entanto, o projeto ainda deve passar pelo Conselho de Secretários, Comissão Intergestora e o Conselho Estatual de Saúde – formado por usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
O Samu, gerido atualmente pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), opera hoje com oito centrais regionais de atendimento e custa R$ 9 milhões ao mês. Com as mudanças, o governo estadual pretende economizar quase R$ 2 milhões. De acordo com o responsável pela integração, o tenente-coronel dos Bombeiros João Batista Cordeiro Júnior, o estudo realizado dentro das duas instituições desde o início do ano demonstrou que há falhas em ambas instituições. E, com o fim do contrato com SPDM, "houve a necessidade de modernizar e ampliar" o serviço.
— Não existe um pacote pronto ou uma receita já feita. A nossa intenção é melhorar o Samu e levar essa discussão e esse nosso modelo para a sociedade. A nossa certeza é que ele tem que ser melhorado — disse.
Mesmo com o modelo ainda em debate, a secretaria garantiu que a ideia do novo projeto é consertar os erros dos últimos anos. A morte de um bebê em Mafra, no Planalto Norte, após esperar 15 horas por uma ambulância do Samu no último mês reacendeu a discussão. Segundo a superintendente de Serviços Especializados e Regulação, Karin Geller, o incidente que é investigado pelo Ministério Público (MP) acelerou o processo de reformulação do atendimento de urgência em SC.
— A gente já discutia (a reformulação), mas a morte do bebê foi o estopim para a gente ter certeza de que não pode ficar como está. Por uma série de dificuldades do passado, a SPDM assumiu toda a responsabilidade, mas o serviço tem que voltar a ser comandado pela secretaria e por órgãos e profissionais da saúde — disse Karin.
SindiSaúde defende criação de consórcio público para atendimento de urgência
Apesar de entender que a situação da saúde no Estado é crítica, o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde em SC (SindSaúde) vê a proposta com preocupação. De acordo com a categoria, mesmo que a secretaria apresente um novo modelo, a continuidade de uma organização social no auxílio da gestão do Samu precariza o Serviço.
— A nossa posição é contrária à integração. O sindicato acredita que isso é um retrocesso e pode precarizar ainda mais o trabalho. O que temos defendido é que se forme um consórcio público para o atendimento do Samu e se abra um concurso público — disse uma das dirigentes da categoria, Eloísa Helena Pereira.
Como é o serviço:
Atualmente são oito centrais regionais de atendimento: Joaçaba, Florianópolis, Lages, Chapecó, Blumenau, Joinville, Balneário Camboriú e Criciúma.
Gasto mensal: R$ 9 milhões
Frota: 97 ambulâncias
Funcionários: 1.075
Como pode ficar:
A secretaria ainda estuda se irá fechar quatro das oito estruturas espalhadas pelo Estado. No entanto, a expectativa da pasta é de que se construa uma central estadual de urgência, que deve ser gerida pela secretaria estadual.
Gasto mensal previsto: R$ 7 milhões
Frota: 217 ambulâncias — 97 do Samu e outras 120 do Corpo de Bombeiros
Funcionários: de acordo com a gerência de regulação da pasta, o serviço e o número de funcionários devem aumentar até a formulação do novo modelo.
http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2017/07/modelo-que-integrara-samu-e-bombeiros-deve-ser-implantado-no-fim-do-ano-diz-secretaria-9832620.html