Justiça decretou a interdição total do Presídio Regional de Joinville, no Norte catarinense, na manhã desta segunda-feira (26). Entre os problemas apontados está a superlotação.
Na decisão, o juiz João Marcos Buch, da 3ª Vara Criminal da comarca de Joinville, proíbe o ingresso de presos na unidade, veda que a Central de Plantão Policial mantenha na delegacia presos provisórios ou condenados por mais tempo que o necessário para os procedimentos policiais e lembra que a Penitenciária Industrial de Joinville não poderá receber esses presos provisórios.
A Secretaria da Justiça e Cidadania informou que não foi notificada da decisão e que se manifestaria oficialmente após o recebimento do documento.
“Essa decisão é reflexo de cinco anos a frente da execução penal de Joinville demandando o estado para que as melhorias, os reparos, as necessidades do presídio sejam atendidas. Infelizmente o governo do Estado, até hoje, não correspondeu e as pessoas então se veem junto a uma insegurança generalizada. Essa é a primeira vez que o presídio é fechado e permanecerá fechada enquanto o Estado não apresente ações concretas, com prazos e que realmente venham a acontecer. O meu indicativo na decisão é um termo de ajuste de conduta junto ao Ministério Público. Só assim teremos um pouco mais de segurança no nosso dia a dia", diz Buch.
Segundo Buch, o local tem capacidade de 506 homens e 74 mulheres, mas há 761 homens e 58 mulheres no presídio. Ainda segundo o juiz, desses presos, 350 estão cumprindo pena, o que deveria ser feito na penitenciária industrial.
"O Presídio Regional de Joinville não atende às condições exigidas de segurança contra incêndio e pânico”
Ele menciona ainda que faltam kits de higiene e colchões para os detentos. Em uma das visitas no local foi constatado que havia “detento dormindo diretamente no chão em contato com o piso úmido”.
Além das condições inadequadas aos presos, o juiz também diz que há falhas estruturais e insalubridade no alojamento dos agentes penitenciários.
Após determinar a interdição, o juiz visitou o presídio nesta segunda-feira (26). Segundo ele, alguns dos problemas foram mencionados em ofícios às entidades responsáveis, mas não foram “equacionados”.
Na decisão ele menciona que recebeu cartas e abaixo-assinados denunciando as condições do local, que encaminhou ofícios e realizou reuniões com a direção prisional para tentar solucionar o problema.
“Não tendo o Departamento de Administração Prisional (Deap) apresentado plano de ação concreto e urgente, de acordo com a legislação de regência, decreto a interdição total, proibindo o ingresso de presos a qualquer título, seja prisão civil, provisória ou decorrente de sentença penal condenatória transitada em julgado”, disse o magistrado.
http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/justica-determina-interdicao-do-presidio-regional-de-joinville.ghtml