Santa Catarina apresenta diferença de preços nos combustíveis de acordo com a região

Santa Catarina apresenta diferença de preços nos combustíveis de acordo com a região, apontou a pesquisa mais recente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os menores valores são encontrados no Norte e Vale do Itajaí, em torno de R$ 3,30. Os mais caros, no Oeste e na Grande Florianópolis, que passam de R$ 3,70.

Mais caros

No Oeste, segundo o sindicato dos postos, se gasta mais com o transporte. O combustível é levado por quase 300 quilômetros, do Rio Grande do Sul. Porém, o argumento não vale para a capital, onde a viagem é três vezes menor. Para Florianópolis, o combustível vem da vizinha Biguaçu ou de Itajaí.

Os donos de postos dizem que a distância mais curta não é suficiente para baixar o preço porque há outros fatores envolvidos. "O transporte para o Oeste custa em torno de R$ 0,05 a R$ 0,06 o litro a mais. Em contrapartida, o aluguel que eles pagam lá é bem menor do que nós pagamos aqui na Ilha. Consequentemente, há um equilíbrio", afirmou o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Minerais de Florianópolis (Sindópolis), Joel Fernandes.

Além desses custos com aluguel e impostos municipais diferentes, os donos também falam do preço aplicado pelas distribuidoras.

O menor preço encontrado pela RBS TV em Florianópolis foi a gasolina a R$ 3,40 o litro. O posto não tem bandeira, e, segundo o proprietário, dá liberdade para ele encontrar distribuidoras com preços mais baratos.

As distribuidoras que vendem para postos com bandeira estão cobrando o preço médio de R$ 3,21 na capital. Posto sem bandeira consegue comprar por até R$ 2,90.

A concorrência é um dos motivos para o combustível em Joinville, no Norte, ser o mais barato do estado. "Existe uma concorrência maior de não bandeirados, então tem este problema a nível de preço, de diferença de Joinville para Florianópolis e região", afirmou o diretor do Sindópolis.

Caso de Joinville

Na cidade do Norte catarinense, há postos que cobram R$ 3,15 por litro de gasolina, tanto para a comum quanto para a aditivada. "Teve um período aí, acho que faz um mês mais ou menos, que estavam mais altos os preços. Agora está bem baixo, está bom o preço", disse o motorista Erli dos Santos.

Mesmo assim, quem paga, quer sempre desembolsar menos e torce para que o valor mais alto cobrado em Joinville também continue caindo. Atualmente, o preço mais caro é de R$ 3,39.

Não é novidade Joinville ter a gasolina mais barata do estado. Isso já foi apontado em outras pesquisas. O novo é o preço médio, de R$ 3,26. É o menor valor do ano.

Porém, esse preço não é regra no Norte do estado. Em cidades vizinhas, como Jaraguá do Sul, a média é quase R$ 0,40 mais alta.

"A distribuidora vem socorrer o revendedor que está com dificuldade hoje de encarar o mercado", explicou o diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Santa Catarina (Sindipetro), Luiz Antônio Amin. "A companhia dá essa condição para ele competir onde existe uma concorrência bem acirrada", completou.

Hoje, se algum posto de Joinville aumentar o preço, provavelmente vai perder clientes. Contudo, com a margem de lucro reduzida, o sindicato conta que 13 postos já fecharam em um ano e meio. Atualmente em Santa Catarina, o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) pago sobre a gasolina considera a venda por R$ 3,76. Então, se o dono vender por menos, vai pagar o mesmo imposto ao governo estadual.

"Se você não tiver hoje uma boa loja de conveniência, uma boa troca de óleo, uma boa prestação de serviço, dificilmente o revendedor honesto, o revendedor que está no mercado hoje vai conseguir sobreviver", disse o diretor-executivo do Sindipetro.

Texto: G1