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Dono é preso e frigorífico de Jaraguá é interditado na Operação Carne Fraca

Sexta, 17 de março de 2017

 

Unidade da Peccin, no Norte catarinense, foi fechada nesta sexta-feira (17).
Também foram cumpridos mandados em Porto Belo e Balneário Camboriú.

 

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Frigorífico foi interditado em Jaraguá do Sul (Foto: Marco Antonio Mendes/RBSTV)
 

O proprietário da filial do frigorífico Peccin de Jaraguá do Sul, no Norte catarinense, foi preso na manhã desta sexta-feira (17) pela Polícia Federal, durante a operação Carne Fraca, deflagrada para combater a venda de carnes vencidas ou de má qualidade em empresas do país. A unidade também foi interditada na operação.

Além da região Norte, a operação também foi feita em duas cidades do Litoral Norte catarinense. Em Porto Belo foi cumprido um mandado. Já em Balneário Camboriú, os policiais entraram em um apartamento, mas não divulgaram mais informações. Foram expedidos mandados em sete estados do país, para pequenas e grandes empresas do ramo.

De acordo com o delegado Alessandro Neto Vieira, em Santa Catarina, um delegado, um escrivão, seis agentes, dois peritos veterinários e um perito em informática, todos agentes da Polícia Federal, participaram da operação para cumprir mandados de busca e apreensão de documentos e produtos alimentícios.

Conforme Neto Vieira, o homem detido será encaminhado para a sede da Polícia Federal em Joinville, para depois ser conduzido à superintendência de Curitiba. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão naquele frigorífico.

Até a publicação desta notícia, não havia informações sobre o envolvimento da empresa nas investigações. A direção do frigorífico informou à RBS TV que por enquanto não vai se pronunciar, até que saiba exatamente o motivo da presença da PF.

O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, durante entrevista nesta sexta (17) (Foto: Gustavo Garcia/G1 )

O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, falou sobre a operação (Foto: Gustavo Garcia/G1 )

Indústrias de SC dizem que são 'fatos isolados'
O Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne) e a Associação Catarinense de Avicultura (Acav) enviaram nesta sexta nota sobre a operação da PF. Eles afirmaram que "os fatos apurados pela Polícia Federal são isolados e representam lamentáveis exceções dentro da cadeia produtiva".

Também disseram que "o Sindicarne e a Acav defendem a rigorosa apuração dos fatos e a exemplar punição daqueles que atuaram fora dos padrões exigidos".

Esquema
A operação apura o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos.

De acordo com o ministério, o esquema fraudou mortadela, salsicha e carne de aves. Além disso, há suspeita de fraudes em carne bovina e em rações para animais.

Segundo a PF, a Carne Fraca é a maior operação já realizada pela corporação. São 1,1 mil policiais cumprindo 309 mandados – 27 de prisão preventida, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão. As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba e estão sendo cumpridas em São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás.

Em dois anos de investigação, detectou-se que funcionários de superintêndencias regionais de Paraná, Minas Gerais e Goiás recebiam propina para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva. Alguns dos funcionários foram detidos na operação nesta manhã.

Foram investigadas grandes empresas do setor, como a BRF Brasil, que controla marcas como Sadia e Perdigão, e também a JBS, que detém Friboi, Seara, Swift, entre outras marcas. Também há envolvimento, segundo a PF, de frigoríficos menores, como Mastercarnes, Souza Ramos e Peccin, do Paraná, e Larissa, que tem unidades no Paraná e em São Paulo. O G1 tenta contato com as empresas citadas.



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