O Hospital e Maternidade Jaraguá inaugura hoje (9) o primeiro Centro de Medicina Nuclear da região. A tecnologia deve contribuir para o diagnóstico e tratamento terapêutico de especialidades médicas para pessoas de todas as idades, incluindo recém-nascidos e casos graves de insuficiência renal e cardíaca.
Após a apresentação do espaço, inicia-se a fase de testes dos equipamentos. A primeira remessa de material radioativo necessário para fazer os exames deve chegar ao centro no prazo de 15 dias. Os procedimentos captam imagens de alta sensibilidade, capazes de detectar mais precocemente as lesões nos órgãos.
A estrutura possibilita o número de 30 atendimentos diários e já possui fila de espera pelos exames. Para a gerente do Centro de Imagem do hospital, Roseli Catarina Corezzolla, a inauguração renova o pioneirismo e o compromisso da instituição em oferecer atendimento de excelência à comunidade.
Ainda conforme Roseli, o local funcionará 12 horas por dia para suprir a demanda do Vale do Itapocu, mas possui capacidade de atender por 24 horas, expandindo a rede de pacientes para outras cidades.
A equipe de funcionários do Centro de Medicina Nuclear é formada por duas médicas especialistas, dois tecnólogos, dois técnicos de enfermagem, um físico, duas secretárias e apoio administrativo. A instituição já está buscando credenciamento no SUS para atender os também estes usuários.
O projeto surgiu em 2010 e as construção começou a partir de 2012, com o apoio financeiro da família Menel. O modelo atende às novas exigências dos órgãos nacionais e estaduais reguladores da atividade, seguindo os cuidados específicos para a área. Os aparelhos foram importados pela General Electric (GE).
Equipamentos para diagnóstico precoce e tratamento
A médica Mônica Soares Stacheski explica que o atendimento na unidade será dividido em dois tipos de exames. A cintilografia, já oferecida nesse primeiro momento, estuda a função dos órgãos fazendo uma análise funcional, contribuindo diretamente para o diagnóstico precoce, estadiamento e controle evolutivo de doenças. O outro exame é o PET/CT (tomografia por emissão de pósitron), ainda não disponível.
A medicina nuclear começou a ser desenvolvida na década de 50, tendo como base o material radioativo para o diagnóstico e tratamento de doenças. Os métodos utilizados são seguros, praticamente indolores e não invasivos para fornecer informações que outros exames geralmente não conseguiriam, explica a médica.
Uma das tarefas da equipe, segundo a médica Caroline Müller Mayer, é a desmistificação da medicina nuclear. Ela destaca que os exames dependem de indicações e para cada paciente é elaborada uma dose calculada a partir da idade e peso, contendo o mínimo possível de radiação. “Não há possibilidades de o material provocar reações alérgicas ou danos celulares, seguimos protocolos clínicos adotados mundialmente”, frisa.
Nas salas do Centro de Medicina Nuclear, a decoração é mínima para facilitar a higienização. As paredes e móveis instalados são blindados com chumbo e os isótopos (material radioativo) possuem locais de chegada, trânsito e saída específicos na clínica, não sendo transportados pelos corredores.
Para manuseá-los, os funcionários utilizam equipamentos de segurança, além de um monitor de radiação. “Diariamente, um físico vai supervisionar esses dados, verificando qualquer alteração”, comenta a gerente Roseli.
A radioatividade da maioria dos elementos empregados nos exames cai para a metade em questão de horas ou dias ,e a radiação emitida chega a ser inferior a exames tradicionais como os raios-X.
Além do diagnóstico, a medicina nuclear possui finalidade terapêutica. Ela é usada, por exemplo, em casos de hipertireoidismo, câncer da tireoide, alguns tumores neuroendócrinos e no tratamento paliativo da dor óssea.
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