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Deus segurou minha mão

Segunda, 30 de janeiro de 2017

Peço ao Senhor que nos desperte, hoje, para percebermos Seu jeito de nos visitar e dirigir nossas vidas

Há cenas que marcam a vida da gente para sempre. Algumas são boas, outras não; algumas são simples, outras fortes. Quer as percebamos ou não, o certo é que nossa história vai sendo construída a partir das “cenas nossas de cada dia”.

Aqui, destaco uma delas, a qual não pretendo esquecer jamais! Eu voltava para casa, depois de um dia “daqueles”, quando, por mais que tenha me esforçado, não dei conta de fazer tudo o que havia planejado. Então, voltei para casa meio incompleto, com vontade de esticar as horas e trabalhar noites adentro só para, no final, sentir-me vitoriosa. Já viveu algum dia assim?

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Foto: Nastco  by Getty Images

Quando eu já ia atravessar a avenida, veio em minha direção uma menina aparentando uns três anos de idade, com traços de criança da periferia. Do nada, ela estendeu a mãozinha em direção a minha e a segurou forte. Caminhava com uma senhora que devia ser sua mãe, não me pediu nem falou nada. Sinceramente, não sei o que a levou a ter aquela atitude. Foi uma cena rápida, quando pensei em falar algo, a criança já não estava ao meu alcance. Mesmo confusa, eu disse para minha colega: “É Deus falando comigo, pode crer!”.

Segui pensando naquela mãozinha tão pequena e delicada. Por que segurou a minha mão? Hoje, acredito que Deus me visitou naquela criança, como que a me dizer: “”Fique tranquila, o que você não pode fazer, eu faço por você””.

O certo é que voltei para casa em paz, confortada pela divina visita. Acredito que cenas assim acontecem todos os dias e nosso coração deve estar atento a elas.

A dureza dos muros, cada vez mais altos, as grades e as cercas de segurança, de certa forma até necessárias em nossos dias, não podem isolar também nosso coração, tornando-o insensível à ação de Deus. Geralmente, quem é insensível é solitário e vazio, portanto, triste. Talvez, seja por isso que nossa humanidade padeça, cada vez mais, de solidão.

A esperança contagiante, própria de um coração tocado por Deus, precisa atravessar os muros e a corrupção, para atingir a alma de cada ser humano. Somos agentes de um mundo novo!

 

Van Thuan escreve em seu livro ‘Testemunhas da esperança’: Em Cristo foi-nos dada a luz da verdade, a restauração da liberdade, e diante das forças do mal, uma nova capacidade de amar. Cristo veio ao encontro da miséria humana e implantou a filosofia do amor autêntico. Esse não é racional, não ergue barreiras nem levanta grades; não recorda as ofensas recebidas e não impõe condições. Cristo age sempre por amor e para Ele não existe fronteiras.”

Somos cristãos, e como tais não podemos agir de forma diferente. Acredito que quanto mais a humanidade conhecer esse amor e experimentar seus efeitos, tanto menos solitários teremos, e as grades já não terão o mesmo efeito do agora. É da  que brota a esperança e a disposição para amar, por essa razão, sei que preciso viver de acordo com o que acredito. Cristo está vivo e tem me visitado. Ontem mesmo, Ele segurou minha mão.

Peço ao Senhor que nos desperte, hoje, para percebermos Seu jeito de nos visitar e dirigir nossas vidas. Fiquemos atentos às “mãozinhas” que virão até nós, pode ser um jeito de Deus expressar Sua presença.

Dijanira Silva

 

Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação



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