À 5ª Vara do Trabalho de Joinville, o vigilante relatou ter sido ameaçado pelo gerente da empresa na época a votar em dois candidatos. “Ou vota, ou dança", teria dito o superior. Segundo o funcionário, o superior também exigia que ele pressionasse seus subordinados a escolher os mesmos políticos e que, do contrário, “cabeças” iriam “rolar”.
Conforme o entendimento dos desembargadores da 6ª Câmara do TRT-SC, houve abuso do poder hierárquico e ofensa ao direito de livre consciência do empregado. Segundo o relato do trabalhador, a pressão ocorria semanalmente e os candidatos não conseguiram se eleger.
Após as eleições, os vigilantes que se recusaram a apoiar os candidatos foram demitidos nas semanas seguintes, conforme o TRT. Segundo o trabalhador, o superior afirmava que as demissões ocorriam por causa dele.
Empresa nega acusações
Ao G1, a direção da empresa Khronos em Joinville informou que a empresa "jamais teve esse tipo de atitude" e que sempre "prezou pelo direito à libre opinião de seus funcionários". De acordo com a empresa, o departamento jurídico deve analisar a possibilidade de recorrer da decisão.
De acordo com o TRT-SC, a empresa negou as acusações e apontou contradições e inconsistências nos depoimentos das testemunhas do ex-funcionário, pois elas não teriam presenciado os supostos abusos.
A juíza Mirna Bertoldi, relatora do processo, considerou que, mesmo com as divergências nos depoimentos, o ex-funcionário provou o assédio. O voto dela foi aprovado por unanimidade no colegiado.
http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2016/08/ex-funcionario-diz-ter-sido-ameacado-por-superior-para-votar-em-2012.html