Após um primeiro semestre de desempenho negativo, com aumento no saldo de desemprego, queda na renda e fechamento de lojas, a confiança dos consumidores permanece bastante retraída. Já a dos empresários começa a dar sinais de retomada, com avanço pelo terceiro mês seguido.
Devido à expectativa de solução das indefinições políticas, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) subiu em nível mensal (3,6%) e anual (10,5%), chegando a 92,8 pontos em agosto. O patamar ainda denota o pessimismo do setor, mas a alta é vista como o início de uma recuperação.
“A confiança do empresário tende a aumentar antes por que o investimento é uma variável fundamental, que depende da segurança em um horizonte previsível de médio prazo. Estamos próximos do desfecho da crise política e isso tem efeito direto neste indicador, pois dissipa as dúvidas e incertezas quanto ao futuro. Já a confiança do consumidor sente a retração da renda e do emprego, que são influenciadas pelo otimismo do setor empresarial e que, portanto, voltará a subir a partir da retomada dos investimentos”, pondera o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.
Os indicadores que medem as condições atuais do empresário (44,1 junho, 51,6 julho e 56,7 agosto) e a expectativa do empresário (129,2 junho, 138,4 julho e 140,4 agosto) - tendo em vista o humor da economia e o desempenho do setor - vêm crescendo. Apenas o Índice de Investimento do Empresário do Comércio, que leva em conta a contração de funcionário, investimento e situação dos estoques, ainda apresenta variação mensal negativa.
Confiança em compasso de espera
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) caiu na comparação anual (-15,5%) e mensal (-0,2%), chegando ao mês de agosto com 86,2 pontos, em uma escala de 0 a 200. Este é o quarto mês consecutivo que o índice atinge o nível mais baixo da série histórica, iniciada em 2010.
A pesquisa da Fecomércio SC cruza dados sobre emprego atual, perspectiva profissional, renda, acesso ao crédito, nível e perspectiva de consumo e momento para duráveis para medir a avaliação das famílias sobre sua condição de vida e a propensão ao consumo.
Embora a renda (151,7 pontos) e o emprego (113 pontos) estejam em patamares considerados otimistas, mesmo com o recuo neste primeiro semestre, o “termômetro” do ICF está bastante desfavorecido: nível de consumo atual (58,8) e a perspectiva de consumo (34,1). Estes indicadores resultam da restrição ao crédito e custo de vida mais caro, que freou o poder de compra das famílias. A variação do índice de volume de vendas chegou a -7,9% no acumulado de 12 meses, de junho de 2015 a julho de 2016.
Quase 4 mil lojas fecham as portas em SC no 1º semestre
Santa Catarina encerrou o 1º semestre deste ano com fechamento de 3.701 lojas, o que corresponde a uma retração de 1,5%. O saldo entre o número de lojas abertas e fechadas é maior na comparação com o mesmo período do ano passado (1.337), mas menor em relação ao semestre anterior (4.284).
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