As estratégias de Dilma e Temer na reta final do impeachment Roberto Stuckert Filho / Presidência da República / Vice-Presidência / Divulgação/Vice-Presidência / Divulgação

Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência da República / Vice-Presidência / Divulgação / Vice-Presidência / Divulgação

A partir das 9h desta quinta-feira, o Senado dá início à última etapa do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff. Na última etapa do processo, aliados de Dilma Rousseff e Michel Temer duelam pelos votos dos senadores, pelo ritmo do julgamento e pelo comando do país até 2018. No quadro abaixo, veja como cada grupo deve atuar nos próximos dias:

PRÓ-DILMA

 

• Retardar os trabalhos:
Senadores irão esticar ao máximo o andamento das sessões. Tentarão levar a fase de depoimento das testemunhas até o final de semana.

• Questões de ordem:
O grupo apresentará várias questões de ordem no início de cada sessão. Os 21 senadores aliados de Dilma farão perguntas às oito testemunhas.

• Constranger ex-ministros:
Na segunda-feira, ao se defender no Senado, Dilma tentará "constranger" senadores que foram seus ministros. A presidente afastada dirá que eles estiveram no governo com ela e, portanto, sabem que não existe crime de responsabilidade. Outro objetivo é emplacar o discurso de "vítima de golpe".

• Corpo a corpo:
Para virar sete votos e barrar o impeachment, os senadores das bancadas do Norte e do Nordeste são os principais alvos. A interlocução é feita por parlamentares de fora do PT, considerados com maior trânsito, como Kátia Abreu (PMDB-TO), Lídice da Mata (PSB-BA) e Armando Monteiro (PTB-PE).

PRÓ-TEMER

 

• Celeridade:
O foco é acelerar o julgamento no Senado. Os principais partidos aliados definiram que apenas um ou dois indicados de cada bancada farão perguntas às testemunhas.

• Poucas testemunhas:
A estratégia está em processo desde a semana passada, quando a acusação decidiu apresentar apenas duas testemunhas, mesmo com a possibilidade de o número chegar a seis.

• Neutralizar Dilma:
Na segunda-feira, a intenção é impedir que Dilma emplaque a versão de que entrará para a história como uma mulher injustiçada. Por outro lado, aliados de Temer pretendem limitar as perguntas a ela porque, na condição de ré, a presidente pode utilizar todo o tempo que desejar nas respostas.

• Corpo a corpo (2):
Temer segue estreitando relações com senadores. Nesta semana, recebeu parlamentares no Planalto. A intenção é ampliar ao máximo a votação para evitar resultado apertado e, assim, ganhar maior legitimidade e apoio político.