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Sistema tributário de SC é complexo, diz sócio-diretor da consultoria McKinsey

Segunda, 01 de agosto de 2016

O sócio-diretor da empresa de consultoria McKinsey, Pedro Guimarães, faz hoje palestra na Associação Empresarial de Joinville (Acij). Ele falará sobre economia, desigualdades e tendências para Santa Catarina. Em entrevista exclusiva à coluna Livre Mercado, comenta fatores favoráveis e fala de problemas para a competitividade. Destaca a qualidade de mão de obra, o agronegócio e critica a complexidade do sistema tributário catarinense, elemento negativo à atratividade de empresas. A seguir, os principais trechos da entrevista, realizada no dia 28 de julho.


A Notícia – Em 2011, a McKinsey produziu um estudo, publicado na revista EXAME, no qual se identificava o Norte e o Litoral Norte de Santa Catarina como duas das regiões de maior potencial de expansão econômica do País para os 15 anos seguintes. Essa conclusão ainda permanece válida?
Pedro Guimarães – Aquele estudo, de 2011, utilizava uma ferramenta que relacionava 64 indicadores de consumo, infraestrutura e de qualidade de vida. Sim, a realidade da economia mudou, mas mudou para todo o País. As regiões Norte, litoral e Vale, tendo Joinville, Itajaí e Blumenau como polos geoeconômicos centrais, respectiva-mente, continuarão a expansão de riqueza em proporção acima da média. Claro que em 2016 e 2017 haverá dificuldades, mas o crescimento mais vigoroso virá a partir de 2018.

AN – Que áreas de negócios se destacarão?
Guimarães – A região de Itajaí, com seu porto, recebe cargas do agronegócio. Isso é muito importante. O agronegócio é o tipo de negócio que dá certo no Brasil.

AN – Que importância tem a qualidade de mão de obra na caracterização de uma sociedade?
Guimarães – É elemento muito impor-tante. A região tem boa qualidade de mão de obra. Grande parte do crescimento de Santa Catarina na última década veio do fato de ter havido baixo desemprego – o menor do País, na média – e porque o nível de instrução da população é um dos melhores dentre todos os Estados. Além disso, Santa Catarina tem uma economia diversificada e não tem atraído migrantes em excesso. A economia catarinense é uma economia espalhada geograficamente. Isso é favorável.

AN – O que é necessário para o PIB crescer a níveis elevados?
Guimarães – Para haver a expansão do PIB de Santa Catarina, em patamar de 4% a 5%, é preciso elevar a produtividade. Este é o desafio. Isso passa por uma união de esforços entre a iniciativa privada, instituições de ensino e Poder Público. E vale para todo o País.

AN – O que deve melhorar na gestão pública para dar estímulos aos inves-timentos privados em Santa Catarina?
Guimarães – Um problema a ser encarado é o da complexidade do sistema tributário implantado pelo governo do Estado. O sistema tributário catarinense tem regimes fiscais complexos, com muitas normas. Outro aspecto a ser observado trata do tempo para abertura de empresas. Em Alagoas e no Sergipe demora menos de dez dias. Em Santa Catarina, 60 dias. É um paradoxo, considerando-se todos os elementos positivos que há no Estado.

AN – A indústria catarinense está centrada em setores tradicionais, como têxtil, metalmecânico, cerâmico, plástico. Agronegócio e tecnologia complementam o mix. Isso não é negativo, já que o discurso generalizado é por inovação, indústria 4.0.?
Guimarães – A indústria de transformação tem relevância para a formação da riqueza em Santa Catarina. No Brasil, representa 13% do Produto Interno Bruto; em Santa Catarina, a participação sobe para 22%, quase o dobro.

AN – Em Joinville, ainda dependente das indústrias, quais segmentos deveriam ser incentivados?
Guimarães – Desenvolver as áreas de serviços, do comércio, da área financeira é importante. E Joinville tem tudo para ser, também, um polo tecnológico de destaque. Neste campo, o da TI, Florianópolis é um bom exemplo. A Fundação Certi, a incuba-dora que surgiu nos anos 90, já faz história até no contexto nacional.

AN – Um grave problema é o da infraestrutura... 
Guimarães – Sem dúvida. Há um grande gap (distanciamento) na infraestrutura, e esse problema vem aumentando. As estruturas ferroviária e rodoviária não condizem com a qualidade das empresas que Santa Catarina tem. Diversas empresas de ponta são exportadoras e necessitam de vias adequadas e bom acesso a portos. Aurora, Tupy, Weg, Embraco são só alguns exemplos.

AN – O governo estadual tem capacidade de investimentos, diante de um cenário de diminuição de arrecadação em razão da recessão?
Guimarães – Santa Catarina tem uma virtude significativa: o equilíbrio das contas públicas. A dívida líquida em relação à receita líquida corrente é saudável. É uma das menores dentre todos os Estados do País.

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