Após três meses de silêncio, uma mulher de 22 anos procurou a Polícia Civil para denunciar ter sido vítima de um estupro coletivo na cidade de Brusque, no Vale do Itajaí, em abril deste ano. O boletim de ocorrência contra oito homens foi feito na última segunda-feira na Delegacia de Proteção da Criança, Adolescente, Mulher e Idoso do município.
Na ocorrência, a denunciante relata ter combinado um encontro com um colega de serviço. Quando chegou ao ponto acordado, havia outros sete homens. A vítima diz que tentou deixar o local, mas foi impedida e levada para uma casa inacabada e abandonada, onde teria acontecido o estupro coletivo. Ela afirma que, depois disso, sofreu ameaças dos agressores para não contar o ocorrido, pois eles sabiam que ela tem filhos e vive em união estável.
Ainda no boletim registrado na Polícia Civil, ela conta que não vai trabalhar há um mês e que os acusados, que trabalham no mesmo setor, disseram para outras pessoas que ela teria esfaqueado alguém, um crime que ela nega.
A Polícia Civil tomará o depoimento da denunciante, o que deve ocorrer em breve. A partir daí, será aberta a investigação, que pode resultar em um pedido de prisão preventiva dos suspeitos. O caso está sob responsabilidade do delegado Alex Bonfim Reis, que não quis falar com a reportagem do Diário Catarinense.
Ato solidário
O caso assustou muitosos moradores de Brusque, que decidiram fazer um evento para chamar atenção contra a violência de gênero. Coordenado por um coletivo feminista que está em fase de construção, a manifestação está marcada para acontecer nesta quinta-feira, às 19h na Praça da Cidadania.
— Conversando com várias mulheres resolvemos fazer um ato simbólico para mostrar que todas nós somos suscetíveis ao que aconteceu — contou Rafaela Kohler, uma das organizadoras do evento.
Estupro de vulnerável em São Joaquim
Na última sexta-feira, foram presos preventivamente e indiciados quatro homens sob a acusação de estupro de vulnerável em São Joaquim, na Serra catarinense. Os crimes teriam ocorrido entre 2013 e o início deste ano. As vítimas eram duas irmãs, com oito e 10 anos de idade na época (hoje, com 11 e 13).
Segundo a Polícia Civil, os estupros ocorriam por intermediação do pai das crianças, que cobrava um valor dos interessados em cometer o crime. O pai das vítimas foi preso no começo do ano por outros delitos, como furtos e ameaça. Foi quando as investigações tomaram corpo, culminando com a prisão dos suspeitos (com idades que variam entre 27 e 55 anos de idade) na sexta-feira.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Diego Azevedo, os suspeitos foram encaminhados para o presídio de Lages. O inquérito foi encaminhado para a Justiça, que determinará o destino dos acusados. As crianças, agora, estão passando por acompanhamento psicológico com agentes sociais da cidade da Serra.
Violência é rotina
Somente neste mês a reportagem do Diário Catarinense divulgou outros quatro casos de investigações de estupro em Santa Catarina. No dia 6 de julho, a vítima foi uma jovem de apenas 18 anos em Joinville. Segundo a Polícia Militar (PM), a mulher voltava da faculdade, por volta das 22h30min, quando foi abordada por um homem de bicicleta.
Dez dias depois, uma mulher de 43 anos foi violentada enquanto aguardava, na manhã de sábado, a chegada de um ônibus em Itapema. No último dia 20, um idoso de 78 anos, morador de Tubarão, prestou depoimento à polícia após ser acusado de abusar sexualmente de uma menina de 9 anos. O último caso divulgado foi o de um homem de 20 anos contra a própria esposa em Xanxerê, no Oeste. De acordo com a polícia, o acusado foi preso em flagrante após prender e estuprar a companheira no último domingo, 24.
DC