O presidente em exercício, Michel Temer, organizou um ato na manhã desta quarta-feira (20), no Palácio do Planalto, para sancionar uma lei aprovada em maio pelo Congresso Nacional que torna a cidade de Laguna (SC) a capital nacional dos botos pescadores. A cerimônia, que contou com a presença de autoridades catarinenses – entre as quais o governador Raimundo Colombo –, foi realizada no gabinete de Temer.
O presidente da República sanciona, diariamente, diversas leis, mas, em regra, somente as mais importantes, que tratam de atos políticos e econômicos com repercussão nacional, recebem a pompa de uma solenidade no Palácio do Planalto com a presença do próprio chefe do Executivo federal.
Na semana passada, por exemplo, Temer chamou jornalistas para acompanhar o ato de assinatura de uma instrução normativa que determina que o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida priorize famílias com crianças com microcefalia.
Há cerca de 20 dias, o presidente em exercício também organizou no Planalto uma cerimônia para assinar decreto que determinou reajuste médio de 12,5% nos benefícios do programa Bolsa Família. Já no dia 13 Temer recebeu no salão nobre do palácio cerca de 60 atletas brasileiros que disputarão a Olimpíada do Rio.
A cerimônia desta quarta, que transformou Laguna na capital dos botos pescadores, foi fechada à imprensa e restrita a alguns convidados. Segundo a assessoria do presidente em exercício, foram chamados para o ato autoridades locais do município homenageado e parlamentares de Santa Catarina.
Botos pescadores
Laguna é famosa no litoral catarinense pela interação entre os botos, da espécie Tursiops truncatus, conhecida como boto-de-tainha, e os pescadores. Essa “parceria” já chegou a ser objeto de estudo de pesquisadores de universidades do estado.
A inusitada relação entre os pescadores e os animais consiste em os botos agruparem o cardume com movimentos circulares. Depois, empurram os peixes contra os barcos e, por fim, executam um movimento acima da superfície, que serve de sinal para os pescadores.
Este comportamento é uma espécie de gatilho para o lançamento das tarrafas, que são lançadas simultaneamente, cobrindo o espaço entre os botos e os pescadores.