Recentemente, em uma visita a Santa Catarina, o interino do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Fernando Furlan, falou com empresários sobre saídas para os negócios. A palavra que ele repetiu sem parar foi exportação. Com um cenário econômico nacional fraco, o jeito é vender para fora do país.
Não é só quando o mercado interno vai mal, entretanto, que os empresários devem dar atenção a outros países. A internacionalização é uma maneira de não depender apenas da economia brasileira e, assim, reduzir riscos. Se por aqui o cenário não estiver bom, haverá outros mercados para garantir os lucros.
— Sempre, sempre, sempre é hora de olhar para fora — enfatiza Marlise Alves Silva, professora do curso de Relações Internacionais da ESPM-Sul.
Para se ter uma ideia, as microempresas e negócios de pequeno porte brasileiros representaram 59,4% das companhias exportadoras do país em 2014 e essas transações somaram R$ 2 bilhões. O valor foi 1% menor do que no ano anterior, conforme informações do Sebrae. No entanto, a participação delas no total das exportações brasileiras subiu de 0,77%, em 2013, para 0,82%, em 2014. E há espaço para avançar.
Contudo, para começar a pensar em outros países, o empreendedor deve estudar e entender o novo território em que está pisando. De acordo com Gabriel Santos, coordenador da incubadora Midi Tecnológico, é preciso se fazer algumas perguntas básicas antes de iniciar o processo: há serviços similares ao meu neste mercado? Como são esses concorrentes? Que diferenciais tem o meu produto? Minha entrada em outro país vai exigir um investimento que vai valer o retorno?
Os empreendedores brasileiros que querem se internacionalizar enfrentam uma velha conhecida do país: a burocracia. Exportar, por exemplo, custa pilhas de carimbos e papéis, além de tempo. Fora isso, outras questões atravancam a internacionalização das empresas por aqui.
— Há um problema cultural. Muitas empresas não têm, por exemplo, muitas pessoas que falem inglês — diz Santos.
Um levantamento feito em 2014 pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) revelou outros obstáculos. Entre os maiores, estão a falta de de recursos financeiros e a dificuldade em estabelecer parcerias.
Programa apoia quem quer começar
A necessidade de promoção dos produtos também foi uma das questões mais indicadas, juntamente com a necessidade de assessoria jurídica em questões relacionadas a registro de marcas e patentes, procedimentos de pagamentos e recebimentos, fora outras questões legais.
É nessa hora que entra a Apex. Em Santa Catarina, a agência é representada pela Fiesc, que apoia empresas em ações de adequação de produtos a normas e padrões internacionais.
No programa Start Export, por exemplo, focado em pequenas e médias empresas, a Fiesc ajuda a realizar um diagnóstico, treinamentos, desenvolvimento e execução de plano de ação voltado à exportação. Além disso, dá assessoria permanente de profissionais especializados em comércio exterior, facilita a participação em feiras internacionais e fomenta parcerias.