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Número de permissões para dirigir emitidas em SC cai 13% em um ano

Quarta, 13 de julho de 2016

Número de permissões para dirigir emitidas em SC cai 13% em um ano Marco Favero/Agencia RBS

Nara Rocha prefere se deslocar em Florianópolis com sua bike e nem cogita tirar CNH

Foto: Marco Favero / Agencia RBS

O número de catarinenses em busca da primeira carteira de motorista teve queda de 13% entre junho de 2015 e maio de 2016. Neste período, foram emitidas 120 mil novas habilitações A (moto), B (carro) e AB (moto e carro), enquanto que no ano anterior foram 138 mil novas carteiras. Nas para carro e moto (mais solicitadas) a diminuição foi de 13,7%, só para carro 11,7% a menos e para moto a queda foi de 12,5%. Especialistas apontam a crise econômica como principal fator para a diminuição em todas as categorias.

 

Os dados repassados pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran/SC) apontam que o número de novas habilitações dos tipos A (para motos) e AB (moto e carro) começou a cair em 2014. No caso da AB, o mais solicitado, caiu 7,3% em relação a 2013. O presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de SC (Sindemosc), César Stolf, afirma que em algumas autoescolas de regiões como Blumenau e Jaraguá do Sul, a queda na procura pela primeira habilitação chega a 30%.

— É devido à crise econômica. Aqui na região [de Jaraguá do Sul], a crise no setor têxtil e as demissões impactaram. O desempregado não vai fazer carteira de habilitação. Em 18 anos que tenho de empresa, esse é o momento mais delicado para o setor de centros de formação de condutores no Estado — diz. 

Entre as maiores cidades de Santa Catarina, Joinville é a que sofreu a pior queda: 19%. Florianópolis e Blumenau tiveram diminuição de 7,7% e 12,5%, respectivamente. 

Foto: Julio Cavalheiro / Secom SC

Desaquecimento do comércio de carros também impacta

Stolf ressalta que não houve mudanças significativas nos valores cobrados nos últimos anos que explique o decréscimo. O coordenador do Observatório de Mobilidade Urbana da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Werner Kraus Júnior, também acredita que a crise econômica é o principal motivo para a queda, mas destaca o alto custo do documento:

— A população continua crescendo, a um ritmo menor, mas a gente acha que sempre existam jovens dispostos a tirar a carteira pela primeira vez. É difícil explicar essa queda sem ser pelo alto custo, mas o fator preponderante é a crise econômica. 


Os especialistas também relacionam a queda no número de habilitações a um desaquecimento no comércio de carros. 

— A redução do mercado automobilístico nos últimos anos impacta no número de emissões de novas carteiras. Cerca de 70% das vendas de carro são por financiamento. À medida que a sociedade se endivida, e paralelamente com a restrição de crédito feita pelos bancos, a demanda por novos carros cai junto — explica Antônio Jorge Martins, coordenador do MBA em Gestão Estratégica de Empresas da Cadeia Automotiva da Fundação Getúlio Vargas ( FGV), em São Paulo. 

Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apontaram uma queda de 25,4% no licenciamento de veículos novos no primeiro semestre de 2016 em relação ao mesmo período do ano passado. 

 

Queda de interesse por documento contribui para diminuição

Embora seja predominante, a crise econômica não é o único motivo para a diminuição da procura pela carteira nacional de habilitação (CNH). A professora de inglês, Nara Rocha, é enfática:

— Não tenho carteira de motorista e nem pretendo ter.

Aos 30 anos, ela se vira em Florianópolis intercalando trajetos com a inseparável bicicleta batizada de Eugênia, com carona, ônibus, táxi e a pé. A inspiração para dispensar a carteira nacional de habilitação (CNH) veio da mãe, que há 15 anos abandonou o uso do carro. A decisão foi pautada por vários fatores: impactos ao meio ambiente, praticidade e evitar gastos com manutenção do veículo. 

— Foi uma escolha bem consciente, cheguei à conclusão que não vale a pena ter um carro. Essa cultura de aos 18 anos fazer a carteira tem pouca reflexão. As pessoas não param para pensar se precisam e qual impacto em ter um carro — afirma Nara.  

O desinteresse pelo automóvel aos poucos começa a ganhar corpo entre os jovens, principalmente de classe média e alta. Uma pesquisa realizada pela consultoria brasileira Box1824 em 146 cidades do país, para a qual foram consultados mais de 3 mil jovens com idades variando entre 18 e 24 anos, apontou que a compra de um carro é considerada prioridade para apenas 3% dos entrevistados. 

O coordenador do Observatório de Mobilidade Urbana acrescenta que diante da crise, as pessoas começam a optar por outros meios de locomoção:

— As pessoas estão se virando de outro jeito, com carona, bicicleta, caminhada. Em época de crise, a gente percebe um aumento da distância das caminhadas. Nas maiores cidades do Estado têm havido avanços, como Blumenau, Joinville e Criciúma que têm faixas exclusivas para ônibus e tentativas para ir para uma direção positiva para o transporte melhorar. Mas ainda é um transporte complicado de usar, é lento, é lotado. 

Para Stolf, o país ainda não investe muito em transportes coletivos e por isso ter habilitação hoje ainda é uma necessidade, o que pode mudar à medida que houver melhorias e mais opções.

 

FIQUE POR DENTRO

Valores mínimos para tirar carteira em SC:

Categoria A: R$ 1.316

Categoria B: R$ 1.809

Categoria AB: R$ 2.322


Fonte: Sindemosc



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