
O empresário Ronan Maria Pinto deixou a prisão nesta sexta-feira (8), por volta das 16h, após pagar fiança de R$ 1 milhão e colocar tornozeleira eletrônica. Preso preventivamente desde a 27ª fase da Operação Lava Jato, ele obteve decisão favorável em segunda instância e sai com liberdade condicional. Ele estava detido no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Conforme a defesa do empresário, ele deverá permanecer em casa à noite e aos finais de semana.
"Pedimos que a prisão fosse revogada e que ele cumprisse outra medida", esclarece o advogado Fernando José da Costa.
De acordo com as investigações, Ronan Maria Pinto, empresário dono do jornal Diário do Grande ABC, recebeu R$ 6 milhões do esquema de corrupção na Petrobras.
A quantia, conforme o MPF, foi repassada por meio de um empréstimo de R$ 12 milhões feito pelo pecuarista José Carlos Bumlaijunto ao Banco Schahin. Deste total, os outros R$ 6 milhões foram destinados a campanhas eleitorais com apoio do PT.
Bumlai reconheceu em depoimento que fez o empréstimo de R$ 12 milhões a pedido do PTe disse que a quantia nunca foi paga ao banco. O MPF diz que a dívida do pecuarista foi, na verdade, um pagamento de propina da Schahin, cuja empresa de engenharia pertecente ao grupo fechou um contrato no valor de US$,1,6 bilhão para o aluguel de navios-sonda para a Petrobras.
Para chegar até Ronan Maria Pinto, os recursos foram enviados para outras empresas, disfarçando o destinatário final. O operador do mensalão Marcos Valério afirmou que o dinheiro foi pago a Ronan porque ele extorquia dirigentes do PT.
O MPF sustenta que Ronan usou os recursos para comprar ações do Diário do Grande ABC, que estava ligando ele a denúncias da morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel.
Ronan nega que tenha feito algum tipo de chantagem e disse que os recursos que recebeu tinham como objetivo pagar a compra de uma nova frota para a empresa de ônibus da qual também é proprietário.
Ele é réu em uma ação penal perante o juiz Sérgio Moro na primeira instância da Justiça Federal, respondendo pelo crime de lavagem de dinheiro.
O G1 tenta contato com o advogado de Ronan, Fernando José da Costa. À época em que foi apresentada a denúncia, a defesa de Ronan Maria Pinto afirmou que iria comprovar que o empresário não cometeu crime financeiro. Segundo eles, todos os atos foram lícitos, em todas as operações financeiras indicadas pelo MPF.