Jornal Evolução Notícias de Santa Catarina
Facebook Jornal Evolução       (47) 99660-9995       Whatsapp Jornal Evolução (47) 99660-9995       E-mail

Com previsão de frio rigoroso, vinícolas de SC projetam superar 1,5 milhão de garrafas produzidas

Terça, 28 de junho de 2016

Com previsão de frio rigoroso, vinícolas de SC projetam superar 1,5 milhão de garrafas produzidas Mônica Corrêa/Villagio Grando

Fim de outono com frio intenso contribui para expectativa alta da vitivinicultura

Foto: Mônica Corrêa / Villagio Grando

inverno rigoroso e as baixas temperaturas registradas nos últimos meses em Santa Catarina prometem ajudar no desenvolvimento de uvas no campo e garantir vinhos de boa qualidade na próxima safra. Depois de perder 30% da colheita no primeiro trimestre deste ano por conta do clima, a expectativa dasvinícolas catarinenses é de um dos melhores resultados da históriano início de 2017. O objetivo é voltar ao patamar de crescimento anual de 20%, superando a média de 1,5 milhão de garrafasproduzidas e R$ 300 milhões movimentados por ano na Serra eMeio-Oeste catarinense.

— Em 2015, o inverno foi fraco. Vieram massas de calor antes da primavera e, em setembro, tivemos uma geada tardia que queimou a brotação. Houve uma das maiores perdas da história dos vinhos de altitude em Santa Catarina e no país — diz o presidente da Vinhos de Altitude Produtores Associados e diretor comercial da vinícola Villaggio Grando, Guilherme Grando.

Algumas vinícolas chegaram a ter 96% de quebra na produção. Com isso, a oferta das frutas no mercado brasileiro caiu, e o preço disparou. Agora, a expectativa é que o clima atue a favor dos produtores. Segundo Grando, o frio intenso e regular tem a função de manter as plantas em período de dormência, impedindo que elas brotem antes da primavera.

O secretário-adjunto de Agricultura em Santa Catarina, Airton Spies, afirma que os vinhedos catarinenses estão se beneficiando do frio intenso neste período de dormência. Como há previsão de pouca chuva e baixas temperaturas nos próximos meses, favorecidos pelo fenômeno La Niña, a projeção é de uma safra de boa qualidade.

 

Na vinícola Quinta da Neve, de São Joaquim, houve redução de 40% na safra colhida em 2016. O dono da empresa, Acari Amorim, projeta recuperação:

— Em 2015 tivemos uma produção baixa, com redução de quase 40%. Este ano tende a ser normal no clima e para a próxima colheita vamos ter uma safra muito boa, com ótima qualidade.

 

Queda nos termômetros também ajuda consumo

O frio mais rigoroso potencializa as chances de uma boa safra, mas os especialistas do setor reforçam que ele sozinho não é garantia de sucesso. Após uma hibernação satisfatória com as temperaturas baixas, o sol e o tempo mais seco nos meses antes e durante a colheita são fundamentais para a produtividade, a sanidade e a qualidade da uva.

— O frio tem grande contribuição para o consumo. É até uma questão cultural: esfriou, as pessoas lembram do vinho e a demanda é maior. Já na produção, é preciso também de outros fatores para a safra ser positiva — explica o vitivinicultor e presidente do Sindicato da Indústria do Vinho de SC (Sindivinho), Celso Panceri.

Atualmente Santa Catarina tem cerca de 30 produtores de vinhos de altitude concentrados na Serra e no Meio-Oeste, sendo que 20 deles têm marcas no mercado. São aproximadamente 600 hectares e 2 mil empregos diretos e indiretos.

Reflexo das perdas começa a aparecer no mercado 

O reflexo das perdas da safra pode demorar até três ou quatro anos para aparecer no mercado consumidor. Porém, em algumas variedades de vinho, esse impacto é mais rápido e alguns produtos começam a ter escassez de oferta.

— Nos tintos é mais fácil absorver, porque muitas vezes se trabalha com produtos em barricas e se consegue misturar mais de uma safra. Mas vinhos brancos e espumantes geralmente são produzidos e colocados no mercado rapidamente. Então, já começou a faltar e só vai recuperar ano que vem — afirma Guilherme Grando.

Uma forma de evitar que a falta de frio impacte as produções e o mercado é o uso de produtos que atuam como reguladores de crescimento vegetal na hora do cultivo. Pulverizados antes da brotação, eles ajudam a compensar a falta de horas-frio necessárias para quebrar a dormência no fim do inverno.

— Isso auxilia caso não tenha ocorrido frio suficiente, mas é importante o produtor buscar embasamento técnico para usar esse tipo de agrotóxico. Cada caso é específico então se deve buscar orientação antes de tentar — diz o engenheiro agrônomo e pesquisador em fruticultura da Estação Experimental da Epagri em Urussanga, Henrique Petry.

Condições geográficas influenciam nas características

O principal benefício do frio para a produção da uva é que, com a hibernação correta, a demanda metabólica vegetal diminui e a brotação tende a ocorrer com mais facilidade e vigor. Isso pode afetar a qualidade da fruta colhida e, consequentemente, do vinho produzido, mas o impacto é indireto.

– Há uma melhor brotação, mais vigorosa, provavelmente com cachos maiores. Com frio suficiente no inverno e uma primavera mais amena, aumenta o potencial, mas a qualidade em si depende do manejo de todo o ciclo produtivo e das condições climáticas até o momento da colheita – afirma Petry.

O solo e a altitude da região de plantio também interferem na qualidade da uva colhida. Em regiões como a Serra catarinense, que tem amplitude térmica marcante, com dias mais quentes e noite frias mesmo no verão, as frutas adquirem uma alta concentração de compostos fenólicos, que dão cor ao vinho, e aromáticos, responsáveis pelo cheiro.



Comente






Conteúdo relacionado





Inicial  |  Parceiros  |  Notícias  |  Colunistas  |  Sobre nós  |  Contato  | 

Contato
Fone: (47) 99660-9995
Celular / Whatsapp: (47) 99660-9995
E-mail: paskibagmail.com



© Copyright 2025 - Jornal Evolução Notícias de Santa Catarina
by SAMUCA