Um grupo de Cricíuma, no Sul catarinense, fez uma denúncia à Polícia Federal (PF) nesta segunda (20) contra um grupo de uma rede social que compartilhava piadas racistas. O coletivo teve conhecimento da página no sábado (18), mas nesta segunda ela havia sido removida.
Segundo o coletivo "Chega de Racismo Criciúma", uma página chamada "Mercado Negro Criciúma" continha diversos comentários ofensivos. Todas as postagens foram copiadas e anexas ao documento entregue à Policia Federal.
Em uma das postagens, a imagem de uma família negra é compartilhada com a legenda "família de escravos, R$ 666, valor promocional". Negros também são comparados a animais, entre outras ofensas.
O cordenador do coletivo, Dejair Fernandes, informou que os militantes vão buscar que os responsáveis respondam perante a lei. “As pessoas pensam que estão atrás de uma máquina, que é o computador, e que têm imunidade. Agora a gente vai tomar as medidas cabíveis juridicamente", diz Fernandes.
Segundo o delegado da Polícia Federal em Criciúma, Nelson Luiz Napp, o crime se configura como racismo, que é punido com reclusão, com pena de um a cinco anos. Além disso, é imprescritível e inafiançável.
“Todo o sistema deixa rastro. É possível, sim, localizar com precisão de onde saíram essas mensagens. É isso que a gente vai buscar por meio de uma investigação criminal no inquérito policial”, disse Napp. O Ministério Público Federal também será acionado para a denúncia, informou a PF.