Uma das principais apostas do governo catarinense para inserir mais o Estado na economia do conhecimento são os13 centros de inovação. O primeiro abre as portas na próxima sexta-feira, em Lages. O secretário deDesenvolvimento Econômico Sustentável, Carlos Chiodini, fala sobre o modelo de negócios e expectativas.
O governo do Estado e a prefeitura de Lages inauguram na próxima sexta-feira o Centro de Inovação de Lages, localizado no Parque Órion. Como vai funcionar e que estrutura oferece?
Este é o primeiro de um total de 13 Centros de Inovação que estamos construindo no Estado. O objetivo dos Centros é atuar como ponto de conexão entre instituições de ensino, setor produtivo e poder público em um ambiente que visa materializar o conhecimento da região em novas empresas, produtos ou serviços inovadores, atuando como disseminador da cultura da inovação. Para isso, será um espaço aberto à sociedade e oferecerá áreas para incubação de novas empresas inovadoras, laboratórios de pesquisa e desenvolvimento (P&D), coworking, treinamento, eventos, entre outros. Mas não se trata de algo estanque, os Centros estarão alinhados com as características das regiões e do ecossistema local.
Que empresas podem se instalar no local e que tipo de custo terão?
Trata-se de um espaço que prevê áreas para novas empresas com perfil inovador, iniciativas de P&D, jovens que necessitam de espaço e auxílio para desenvolver uma ideia ou projeto. O custo será determinado pelas entidades que farão a gestão de cada Centro e conforme categoria (incubação, coworking, projeto inovadores) em que cada iniciativa se enquadrará.
Como será a interação com instituições de ensino, pesquisa e entidades empresariais?
Essa é a chave de sucesso para os Centros, que deverão estimular e proporcionar um ambiente de cooperação entre os membros da tríplice-hélice (universidades, empresas e Governo), por meio de eventos, workshops e rodadas de encontros entre empreendedores, pesquisadores e investidores.
O projeto de 13 centros de inovação foi lançado no mandato anterior do governador Colombo e só agora é inaugurado o primeiro. Por que essa demora?
O projeto é complexo, pois se trata de uma iniciativa inovadora mesmo se comparada com países desenvolvidos. Assim sendo, sua construção física e conceitual exige um trabalho e esforço maiores que, por assim sendo, demandam um tempo maior.
Quais serão os próximos centros a serem inaugurados?
Neste momento estão em construção os Centros de Jaraguá do Sul, São Bento do Sul, Chapecó, Joaçaba, Tubarão, Itajaí e Blumenau. A obra do Centro de Brusque será licitada nas próximas semanas. A maioria deles será inaugurada já em 2017.
O governo está fazendo trabalho de prospecção de empresas de fora dessas regiões para esses centros?
Com o lançamento da InvesteSC - Agência de Atração de Investimentos de Santa Catarina, o Estado sistematizou ações para atração de empresas. Os Centros são mais um importante fator de qualificação do nosso Estado, pois transmitimos a imagem de um Estado inovador, que estimula e investe na formação de iniciativas e empreendedores inovadores.
A elaboração do projeto contou com parcerias do exterior, como Barcelona e Stanford. Essas instituições do exterior continuam prestando esse serviço?
O projeto dos Centros de Inovação surgiu a partir de uma viagem do governador Raimundo Colombo, em 2011, para a Espanha. Lá, inspirado pelas iniciativas de fomento à inovação, ele desenhou e determinou o investimento no projeto, que é coordenado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS). Nosso modelo conceitual foi inspirado no metamodelo da rede de parques da Catalunha, mas adaptado à nossa realidade. Mantemos diálogo constante, não só com estes atores da inovação, mas com outros diversos, tanto do Brasil como de outros lugares do mundo, para troca de experiências e de iniciativas que potencializem as ações e resultados práticos da nossa rede de Centros de Inovação.
Além dos Centros, que outras iniciativas Santa Catarina tem promovido para estimular a inovação?
Esta é uma pauta importante e, mais do que isso, determinante para o futuro do nosso Estado. Estamos vivendo em uma época de transição dos modelos de negócios, onde as riquezas não são determinadas apenas pelos ativos naturais e físicos, é a chamada economia do conhecimento. Neste sentido, o governador tem nos estimulado e não temos medido esforços para desenvolver ações que preparem e coloquem nosso Estado em pé de igualdade com o mundo. Projetos como o Geração TEC, Sinapse da Inovação e o Sapiens Parque, são exemplos concretos do resultado que este estímulo gera. Recentemente, tivemos empresas catarinenses, cujo surgimento ocorreu com a ajuda direta ou indireta de alguns destes projetos, sendo adquiridas por multinacionais por valores de muitos milhões de dólares. Inovação é a chave para o futuro e, em Santa Catarina, é futuro começa agora.