Flávio - Sexta, 11 de maio de 2012 Cesar - Domingo 19 de junho de 2016
Permita-me chamá-lo de jovem, pois é assim que o vejo do alto dos meus 67 anos, hoje 71, talvez muitos a mais de juventude vividos que sua idade. Todo este tempo me serviu de aprendizado e para mostrar que também, quando na sua faixa vacilei, ousei, fui impetuoso e talvez até pretensioso. Mas é isso que move a juventude e felizmente faz a diferença. Meu caro, não vou dizer amigo, pois não tive o privilégio de ser, embora sempre o tenha admirado pela sua maneira de ser e comportar. Isto até pode ter sido uma vantagem, pois o que escrevi muitos de seus “amigos” preferiram calar, na expectativa de usá-lo como um escudo para um emprego melhor no futuro, um encosto, uma cobrança. Não vou lhe cobrar nada de caráter pessoal. Pode até que lá na frente nos encontremos e possamos nos abraçar e ver que a raiva e o ódio nada constroem e você ainda tem muito para construir. Confesso que precisa coragem para tomar a atitude que estou tomando, mas como não ajo com o fígado e sim com o cérebro e com o coração, quero tornar bem clara minha posição com respeito ao cidadão Flávio Schuhmacher, hoje Cesar Godoy. Jamais fiz qualquer crítica à pessoa de Flávio, César pois sei bem separar o cidadão do político. Também nunca o fiz de forma velada, mas explícita, com meu nome e foto no alto da página em que escrevo exageradamente identificado. Se você lembrar, e está gravado e na internet, também o fiz pessoalmente em entrevista realizada no calçadão no dia da mobilização pela construção de uma UPA em São Bento do Sul. Alertei-o que nenhum governador na história iria privilegiar um vice-prefeito em detrimento a deputados legitimamente eleitos e de cujos votos na Assembleia o mesmo dependeria. Minhas críticas sempre foram em razão de seu comportamento político, talvez fruto da sua imaturidade e ascensão muito rápida, sem ter passado pelo crivo das urnas. Também me acho no direito, pois como cidadão residente em São Bento do Sul e eleitor, sempre declarei que não votaria em Raimundo Colombo nem sob tortura, assim como declaro hoje que votei em Magno Bollmann entusiasmado pela juventude e esperança em seu vice, vendo em você um futuro promissor na política. Não sei se bem ou mal assessorado, ou nenhum dos dois, vi de repente as esperanças escaparem. Não só minhas, você atropelou o processo, devido a situações até agora não esclarecidas – ou se omitiu em expor a verdade. Você teria crescido se tivesse se afastado do cargo de vice e renunciado ao salário ou feito doação pública. Hoje com certeza seria o candidato preferido da população. Teria sido um exemplo de dignidade, de desprendimento e até de esperteza política. Não o fez. Lamentável. Também abandonou muitos dos seus companheiros no rastro do governador que mudou de partido após ter sido eleito por uma aliança que é uma verdadeiro deboche ao eleitor. O que você cresceu com isso? Hoje, você, que seria o candidato preferencial para a sucessão de Magno, sequer se atreve a disputar uma cadeira para o Legislativo. Seu novo partido não possui nenhum nome capaz de agregar, embora tenha o governador do Estado. Aqui não dispõe de ninguém capaz de motivar o eleitor. Qual a mudança? Apenas a de sigla. Você não foi derrotado em nada, pois ainda nada disputou. Mas a cidade que depositava grandes esperanças no Flávio talvez tenha perdido alguns anos. Dizem que se conselho fosse bom ninguém daria de graça, mas é preciso saber tirar proveito, sempre sobra alguma coisa boa. Também cuide-se com quem está cercado, verifique quantos batem em suas costas, e em quantas costas já bateram antes. Assim como uma árvore precisa de adubo para crescer, o político também, só que às vezes adubo demais mata o broto. Você é jovem e tem o direito de errar, pois terá ainda muito tempo pela frente para acertar. Acredito que você saberá tirar de tudo uma lição, e do limão fazer uma limonada. Ainda lhe restam muitos anos, e como só estes nos ensinam verdadeiramente, você irá dar a volta e servir São Bento como a tradição da família Schuhmacher. Aliás, ainda me cabem algumas perguntas. De que lhe adiantou se indispor com o governo Magno Bollmann se dele não desembarcou? De que lhe vale tanta fidelidade ao governador Colombo que em nada lhe ajudou no sentido de servir São Bento do Sul? De que lhe valeu mudar de sigla e repartir o que já era pouco? Claro e evidente que você, Flávio, não tem obrigação de aceitar, mas vou lhe dar mais um conselho: candidate-se a vereador, mostre sua força no voto, seja um dos mais destacados com forte atuação em favor do município, construa seu caminho político e daqui a quatro anos (quiçá) estaremos depositando nosso voto de confiança em Flávio Schuhmacher para comandar os destinos do nosso município. Você ainda não pode ser julgado pelo que deixou de fazer, mas apenas pelo que se esperava que fizesse. “Experiência não é o que acontece com um homem; é o que um homem faz com o que lhe acontece”. (Aldous Huxley). Pois é, mas uma vez me exponho e trago a publico minhas convicções. Meu caro Godoy, de quem posso dizer mais bem amigo e confidente do que o Flávio. Mas, as situações tem sua semelhanças. Acho, acompanho sua carreira e admiro sua coragem. Mas também devido ao respeito que lhe dedico me acho no direito de alertá-lo. Já conversamos e você sabe que sua hora ainda não chegou. Um ótimo vereador? Um bom vice? Mas é tudo um risco. Você sabe que político sem mandato é como manequim sem passarela e ator da Globo sem novela. Também não aprovo a administração Fernando Tureck 100%. Mas qual mereceu até o momento em nossa história? Não faça disto um cavalo de batalha nem seja protagonista de atos e situações que coloquem em nossa cidade uns contra outros. Precisamos de projetos, de união, de idéias, de compreensão, de humildade. Afinal o que for bom para São Bento do Sul, será bom para todos nós. Precisamos de sua liderança jovem, de seu entusiasmo, de seu tesão pela política, mas voltada para o bem. Acredito no seu bom senso.