Militares das Forças Armadas e agentes públicos, que atuam na Operação Ágata 11, realizaram, nesta quarta-feira (14), ações de combate aos crimes transfronteiriços em Roraima e Santa Catarina. Na cidade de Normandia (RR), militares do 7º Batalhão de Infantaria de Selva fizeram patrulha ostensiva nas ruas, além de uma patrulha fluvial no rio Maú. A patrulha fluvial abordou as embarcações e aportou nas praias a procura de possíveis ilícitos.
A 11ª edição da Operação Ágata, de combate ao crime transfronteiriço, conta com a participação de 11.244 militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, além da atuação de 450 profissionais de agências governamentais e órgãos federais, estaduais e municipais. O objetivo da Operação, sob a coordenação do Ministério da Defesa, é combater delitos como narcotráfico, contrabando e descaminho, tráfico de armas e munições, crimes ambientais, imigração e garimpo ilegais, entre outros ilícitos.
A Ágata 11 teve seu início nesta segunda-feira (13) e ocorre de Roraima ao Rio Grande do Sul, envolvendo os 16.886 quilômetros de fronteira, em 11 estados. A Operação interagências ocorre simultaneamente nas áreas dos Comandos Militares da Amazônia (CMA), sediado em Manaus (AM); do Oeste (CMO), localizado em Campo Grande (MS); e do Sul (CMS), em Porto Alegre (RS).
De acordo com o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) do Ministério da Defesa, almirante Ademir Sobrinho, a Operação visa, principalmente, intensificar a presença do Estado na faixa de fronteira. “O que se busca é o combate ao contrabando, ao tráfico de drogas, aos crimes ambientais, mas, também, levar assistência, levar a presença do Estado às populações que vivem na nossa faixa de fronteira”, afirmou o almirante Ademir Sobrinho.
Na visão do chefe do EMCFA, a Ágata 11 marca o início de uma série de ações para ampliar a segurança dos Jogos Olímpicos. “Após a Ágata, seguem ações da Polícia Federal, da Receita Federal, com apoio das Forças Armadas, para inibir o tráfico e os crimes transfronteiriços, principalmente aqueles que possam ter influência sobre a realização dos Jogos Olímpicos”, comentou o almirante.
Na capital, Boa Vista, o 10º Grupo de Artilharia de Campanha de Selva montou um posto de bloqueio e controle de estradas, no início da BR-401. Na ocasião, foram vistoriados 137 veículos.
Em Santa Catarina, a 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), montou postos de bloqueio e controle de estradas na localidade de Idamar, na ponte internacional Brasil-Argentina, região de Paraíso, na BR-282, próximo ao município de Maravilha (SC), na rodovia SC-163 ao norte de Iporã do Oeste (SC), e nas rodovias SC-468 e SC-480.
Nas ações, foram vistoriados 4.245 veículos, incluindo motos, veículos leves, caminhões, ônibus e vans. A Receita Federal aplicou multas no total de R$ 10 mil pelo transporte de mercadorias ilegais. Houve a apreensão de oito veículos e a prisão de uma pessoa que estava foragida. Ainda foram capturados pássaros silvestres, com indício de crime ambiental, além do descaminho de roupas e bijuterias.
Ações Cívico-Sociais (Acisos)
No município de Uiramutã (RR), o 6º Batalhão de Engenharia de Construção deu início a recuperação de uma ponte na terra indígena Serra do Sol.
Já o 7º Batalhão de Infantaria de Selva promoveu ontem (14) uma Aciso, na região de Auaris, dentro da terra indígena Yanomami. Os militares desenvolveram atividades esportivas, culturais e de saúde, como futebol, sessão de cinema com filmes infantis, atendimento médico e farmacológico. Também foram repassados práticas e conhecimento em plantações, doação de sementes e filhotes de tilápias e distribuição de alimentos.
“As ações de assistência social, como consultas médicas, odontológicas, exames laboratoriais e noções de higiene básica para a população, são de grande importância porque atingem pessoas situadas em áreas isoladas na fronteira do Brasil”, avalia o chefe do EMCFA.