Dois canhões encontrados na Casa de Câmara e Cadeia, no Centro de Florianópolis, estão sendo restaurados. As peças devem fazer parte do acervo do futuro Museu Histórico da cidade. A previsão é de que as reformas na Casa sejam concluídas no segundo semestre, conforme a prefeitura.
A obra de restauração da Casa de Câmara e Cadeia começou em setembro de 2014. Durante a recuperação do prédio, dois canhões foram encontrados enterrados nos fundos da casa, em outubro de 2015.
As peças estão imersas em uma piscina com soda cáustica. Antes, passaram por um processo de desoxidação.
“Deixá-los em uma pequena piscina foi a melhor solução que encontramos. O plástico é um material que não reage aos produtos e assim não interfere no tratamento”, detalha Osvaldo da Silva, mestre arqueólogo responsável pelo trabalho.
O processo de tratamento deve durar até outubro. Um dos canhões pesa 350 kg e outro 580 kg. “Sabemos que são armas portuguesas, provavelmente do século 18, e que podem ter sido usadas, já que encontramos restos de pólvora”, afirma da Silva.
História
A Casa de Câmara e Cadeia é uma das edificações mais antigas de Florianópolis, construída entre 1771 e 1780. De acordo com a Prefeitura, no piso inferior funcionava a cadeia e no superior, a Assembleia Legislativa Provincial. A cadeia foi desativada em 1930, com a inauguração da penitenciária na Agronômica.
Além dos canhões, durante as obras de revitalização do local também foram encontrados "alguns artigos decorativos, fragmentos de louças e placas esmaltadas de identificação de edificações da década de 50", segundo o Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf).
A previsão era que a obra fosse finalizada em março deste ano. Segundo a Prefeitura de Florianópolis, a obra está em uma das últimas fases, de estaqueamento para as fundações da estrutura do anexo da Casa. A expectativa, agora, é de que o Museu histórico da cidade comece a funcionar no segundo semestre, quando as obras de restauração da Casa e Câmara e cadeia forem finalizadas. Segundo a prefeitura, o investimento é de cerca de R$ 7 milhões.
O Museu será gerido pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) através de um contrato de concessão do espaço. A proposta é que no local funcione um museu interativo e dinâmico, além de um café.