A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta segunda-feira, a 29ª fase daOperação Lava-Jato em Brasília, Pernambuco e no Rio de Janeiro. Estão sendo cumpridos seis mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva e dois de prisão temporária.
Na ação desta segunda-feira, a PF investiga crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, além de corrupção passiva e ativa, envolvendo dinheiro desviado do esquema criminoso da Petrobras.
A nova etapa foi batizada de Repescagem, em razão de o principal investigado já ter sido processado no Mensalão. Alvo de mandado de prisão preventiva, João Cláudio Genu atuou como assessor do ex-deputado federal José Janene (morto em 2010) e tesoureiro do PP.
Assim como Janene, Genu havia sido denunciado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de sacar cerca de R$ 1,1 milhão de propinas de contas da empresa SMP&B Comunicação Ltda., controlada pelo empresário Marcos Valério. O dinheiro tinha como destino parlamentares federais do PP no Mensalão.
À época, o assessor foi condenado no julgamento pelo plenário do STF por corrupção e lavagem. No entanto, houve prescrição quanto ao primeiro crime. Além disso, Genu foi posteriormente absolvido no julgamento de lavagem de dinheiro sob o argumento de atipicidade.
A Polícia Federal apontou para elementos probatórios que teriam indicado a participação do assessor também no esquema criminoso da Petrobras, motivo pelo qual passou a ser investigado na Lava-Jato. Conforme a PF, Genu continuou recebendo valores mensais de propina, mesmo durante o julgamento do Mensalão e após ter sido condenado. A Polícia Federal afirma que os repasses ocorreram pelo menos até 2013.
Além do assessor, Lucas Amorim Alves e Humberto do Amaral Carrilho foram alvos de prisões temporárias na Operação Repescagem. Os presos e o material apreendido devem ser levados, ainda nesta segunda-feira, para a sede da PF, em Curitiba. Os investigadores concederão uma entrevista coletiva às 10h.
Em abril, a PF realizou a 28ª fase da Lava-Jato, intitulada Operação Vitoria De Pirro, em São Paulo, no Rio de Janeiro e Distrito Federal. Na ocasião, cerca de 100 agentes cumpriram 14 mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva, dois de prisão temporária e cinco de condução coercitiva. Durante a ação, a Polícia Federal prendeu o ex-senador Gim Argello (PTB-DF).