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Após a abertura do impeachment, como tirar o país do fundo do poço

Segunda, 18 de abril de 2016

por Samy Dana

 

 

 

 

A abertura do processo de impeachment na Câmara pode ser uma vitória da oposição, mas pouco muda no País efetivamente a partir de segunda-feira. Vivemos uma profunda recessão e a base econômica do País está em frangalhos.

O desemprego ficou em 9,5% no primeiro trimestre, de acordo com a Pnad Contínua – o maior patamar para a série, criada em 2012. Já o índice de confiança do empresário industrial (ICEI - CNI) ficou em 36,2, abaixo do patamar de 50, o que indica pessimismo, da média histórica de 54,4 e da mínima de 47,6, atingida na crise de 2008. Este indicador é relevante, pois sem confiança, não há espaço para novos investimentos. Sem investimento, não há geração de emprego. Sem emprego, não temos consumo – e a crise vira uma bola de neve.

Além disso, a Conference Board, o respeitado órgão de pesquisa econômica norte-americano, revelou que a produtividade do Brasil é tão baixa que um trabalhador americano equivale a quatro brasileiros. Segundo o Fórum Econômico Mundial, o Brasil ficou em 75º lugar no índice de competitividade, enquanto o ranking Doing Business do Banco Mundial colocou o País na vergonhosa 116º colocação.

Nos cálculos do FMI, o PIB do Brasil deve cair 3,8% neste ano – um resultado tão ruim que perde apenas para Venezuela, República do Sudão do Sul, Guiné Equatorial, Macau e Equador. Para completar, a carga tributária do País é tão elevada que o brasileiro precisa trabalhar cinco meses do ano apenas para pagar impostos (enquanto no México, são necessários dois meses e meio, e nos Estados Unidos, três meses).

Para começarmos a consertar o País, é preciso ter uma habilidade política que os partidos não tiveram até agora. O primeiro passo é montar um plano econômico que dê animo aos empresários. Os problemas não serão resolvidos no curto prazo, mas é essencial sinalizar que existe uma saída e que o governo traçou uma estratégia factível. Um plano como este é o que fará a diferença para a retomada do crescimento.

Em seguida, a reforma da Previdência é mandatória - o atual sistema é insustentável. Quanto mais demoramos para fazer a reforma, mais dinheiro se gasta com uma situação que não tem saída. É como tentar controlar a enchente com apenas um balde. Mas, para tanto, é preciso uma força política que não se viu até agora.

Além disso, o País precisa ser fiscalmente responsável. O controle dos gastos públicos pode não só atrair investimentos, como permitir o financiamento de projetos necessários de infraestrutura.

Um dos maiores problemas do Brasil é a insustentável carga tributária. Os altos impostos e a complexidade do sistema expulsam várias empresas do País e forçam muitos à ilegalidade e informalidade. É fundamental que o governo faça uma reforma tributária contendente – mas para isso é necessário, também, força e interesse políticos. Até hoje, todos governos entregaram seus mandatos com cargas tributárias maiores, e o discurso ficou apenas no papel.

Para completar, o País só conseguirá ter uma economia saudável quando desengessar os repasses para saúde e educação. Este tipo de medida pode acabar com o ciclo vicioso e suicida de aumento constante de impostos.

Ou seja: não dá mais para aumentar gastos, viver com supersalários e dezenas de ministérios. A fase de vacas gordas, puxada pela venda de commodities e pelo crescimento da China, ficou para trás. Este período já se foi e vivemos uma nova década perdida. Se não fizermos a necessária e dolorida lição de casa agora, o cenário de uma retomada em dois anos pode acabar virando uma miragem.



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