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'Diante da tempestade, PMDB se mostra porto seguro', diz Cunha

Quarta, 30 de março de 2016

 

 

 

 

Presidente da Câmara discursou em sessão solene de 50 anos do partido.
Cunha disse que sigla soube se unir 'para trilhar seu caminho'.

 
 


 

 
 
 
 
 
 
 

Um dia após desembarcar do governo federal, o PMDB realizou uma sessão solene na Câmara dos Deputados para comemorar os 50 anos de existência do partido. Em discurso, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), citou a atual crise política e disse que, “diante da tempestade”, o PMDB sempre se mostrou um “porto seguro”.

 
PMDB DEIXA GOVERNO
Partido decidiu entregar cargos.

A decisão de romper com o Palácio do Planalto e entregar todos os cargos na esfera federal foi tomada pelo diretório nacional em uma sessão na terça-feira (29) que levou menos de cinco minutos e ocorreu sob gritos de “fora, PT”.

“Diante da tempestade, o PMDB se mostra como sempre se mostrou: um porto seguro”, afirmou Cunha a poucos parlamentares presentes à sessão solene. Em nenhum momento ele fez menção ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em tramitação na Câmara.

Ainda em referência à saída do governo, Cunha disse que, embora a sigla tivesse diferentes correntes, conseguia se unir nos “momentos cruciais”. “Em todos os momentos cruciais do país, soube se juntar e, a exemplo do que ocorreu ontem, por aclamação ou consenso, acabar trilhando o seu destino”, afirmou o deputado.

Cunha disse ainda que “delineia-se um novo horizonte e um novo futuro” no país e o PMDB“não vai faltar” com o Brasil. “Nesse momento crucial da vida nacional e da vida política brasileira, o PMDB, que sempre soube se pautar pela defesa do interesse público e pelos maiores interesses do nosso país, não falou e não vai faltar com o nosso país e com a nossa população”, declarou.

Ele fez diversas citações à crise política e lembrou do documento intitulado “Uma ponte para o futuro”, apresentado em outubro pelo PMDB com propostas políticas. “Nele se identificam as razões que levaram o país ao caos econômico”, ressaltou.

Segundo Cunha, o país passa por uma situação “de extrema delicadeza”, mas as instituições estão fortalecidas. “O meio centenário do PMDB coincide com um momento político conturbado e pujante (...) O país passa por uma situação de extrema delicadeza na qual as instituições têm sido insistentemente testadas e correspondidas”, destacou.

Ele ressaltou a capilaridade do partido pelo país, lembrando que a legenda tem a maior bancada da Câmara e do Senado, o maior número de deputados estaduais, de prefeitos, governadores e vereadores. “É o maior arco político do nosso país”, disse Cunha.

Eliseu Padilha
Ex-ministro do governo Dilma, Eliseu Padilha, que é segundo vice-presidente do PMDB e um dos principais articulares políticos do partido, também destacou a atual crise política e, sem citar o processo de impeachment, disse que o PMDB, quando chamado, sempre se fez presente.

“Queremos, sim ser o PMDB de sempre. O PMDB que, historicamente, nos momentos em que o Brasil chamou, disse: ‘Presente’”, afirmou Padilha.

Ele comentou o desembarque do governo e disse que a saída correspondia à ânsia da base partidária para que o partido assumisse protagonismo. “De 10 peemedebistas, 11 queriam e querem a candidatura própria [em 2018], um projeto próprio para ao Brasil”, afirmou Padilha.

O ex-ministro sustentou ainda que a legenda “sempre foi um fator de estabilização” e que não seria agora que iria ajudar a desestabilizar o cenário político. “Não faremos nada, absolutamente, que contrarie o plano institucional”, disse.

Líder na Câmara
Sem fazer menção ao desembarque do governo, o líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), que nos últimos meses havia se aproximado do Palácio do Planalto, lembrou que o partido é formado por diferentes correntes e reconheceu haver “grandes divergências dentro do PMDB”.

No entanto, em tom conciliador, disse que essas divergências não fragilizavam a legenda mas, ao contrário, "são a força-motriz que engrandece o PMDB". “A divergência é muito mais sábia porque permite se aproveitar um pouco da opinião de um, um pouco da opinião de outro”, disse Picciani, que se ausentou da reunião do diretório que sacramentou a ruptura com o governo.

Depois de cerca de 20 minutos do início da sessão, Cunha deixou o plenário e passou o comando da sessão solene para deputado Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG) que havia sugerido a sua realização.

Em nome do PMDB, o deputado Edinho Araújo (PMDB-SP) fez uma breve fala focando na trajetória história da sigla e citando peemedebistas ilustres, como Ulysses Guimarães.



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