Cisterna deve proporcionar à escola uma economia de mais de 70% no consumo mensal
São Bento – Neste ano, o Colégio Global passou a contar com uma cisterna de captação de água da chuva. A novidade é fruto de um projeto desenvolvido por alunos durante o Ciclo do Conhecimento do ano passado, e que tornou-se realidade dentro do colégio – que procura prezar pela sustentabilidade e cuidados com o meio ambiente. Composta por um tanque com capacidade de armazenamento de 50 mil litros, a cisterna deve proporcionar à escola uma economia de mais de 70% no consumo mensal, que era de 110 mil litros de água por mês.
A ideia da criação da cisterna para captação e aproveitamento da água da chuva foi dos estudantes Gabriel Nenevê e Eduarda Baum Filhakoski, que inclusive o apresentaram – e foram premiados – durante a fase final da 5ª Mocisc – Mostra Científica da Região do Contestado de Santa Catarina. Além do primeiro lugar em sua categoria, eles receberam uma bolsa de iniciação científica do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Para o desenvolvimento do projeto, tanto na fase teórica quanto prática, eles contaram com a orientação do professor João Marcos Varela.
A ideia do projeto foi tão bem aceita que a própria diretora do Colégio, Cleyde Rejane Treml Skiba, resolveu abraçar a ideia e aplicá-lo no próprio Global. Para isso, uma grande cisterna foi construída e interligada às calhas dos telhados do bloco 1. “Todo o sistema é automatizado, com filtragem e agentes químicos e biológicos de tratamento da água”, ressalta Varela. Apesar de toda a qualidade, a água é usada apenas para banheiros, limpeza e jardinagem.
Laboratório
A ideia é que a cisterna também desperte o estudo em todas as séries do Ensino Fundamental I e II. Para isso, explica Varela – que é professor de Matemática – os alunos deverão fazer comparativos sobre economia de água. “Cada um em seu nível, mas a ideia é envolver todos”, ressalta ele. Além disso, há o incentivo para que a criação de cisternas sejam levadas para as casas dos alunos. “O mais importante é o trabalho que será desenvolvido com os alunos com relação à observação e ao funcionamento da cisterna. Eles vão observar que isso pode ser estendido para a casa deles”, ressalta a diretora Cleyde.
Geração de energia
Além do armazenamento de água, a ideia com a captação de água da chuva é gerar energia, que seria utilizada para mover as bombas responsáveis em enviar a água da cisterna para as caixas d’água, instaladas em local elevado e que garantiriam a pressão no sistema. Para isso, Eduarda e Gabriel também desenvolveram um projeto de uma miniusina hidrelétrica, aproveitando a força da água nas calhas para mover um pequeno gerador. O sistema já vem sendo desenvolvido, e em breve deve entrar em funcionamento. “Com a vantagem de não existir nenhum impacto ambiental”, diz Eduarda. Gabriel explica que a ideia do projeto é gerar energia elétrica a partir do aproveitamento da água da chuva, direcionando ela para calhas onde seria instalada a turbina responsável pela produção da eletricidade. “Até mesmo o material para produção da turbina é reutilizada de um motor de carro e o motor foi reutilizado de uma impressora”, explica Gabriel.
A ideia surgiu também durante o Ciclo do Conhecimento do ano passado e contou com a orientação do professor Varela. “Desde o início do ano começamos a desenvolver esse projeto, pensando em uma forma de reaproveitar a energia com a água da chuva, e o conjunto do Colégio Global é interessante para implementar isso”, diz Gabriel, ressaltando o fato do Colégio ter grandes áreas cobertas, onde haveria grande quantidade de água para ser reaproveitada. “Além disso, como vivemos em uma região que chove bastante, teríamos maior constância na produção”, completa Eduarda.
No projeto, que já foi testado em menor escala e de modo experimental, a água que escoa pelas calhas movimenta uma pequena turbina, responsável pela geração da energia, que seria então armazenada em baterias. A ideia é que nos próximos meses o projeto também possa ser colocado em funcionamento.