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18/03/2016 11h35 - Atualizado em 18/03/2016 14h17 'Politização' da Justiça e do MP é 'volta atrás'

Sexta, 18 de março de 2016

 

Presidente participou de evento do Minha Casa, Minha Vida na Bahia.
Na última quarta, juiz Moro divulgou áudio de ligação entre Lula e Dilma.

 

Juliana Almirante e Filipe MatosoDo G1 BA e do G1, em Brasília

 
 
 
 
 
 

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (18), ao entregar unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida em Feira de Santana (BA), que a "politização" da Justiça e do Ministério Público representa uma "volta atrás" na história.

Na última quarta (16), o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, retirou o sigilo de telefonemas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva interceptadas pela Polícia Federal. Entre essas conversas, estão diálogos do petista com Dilma e e com o ex-chefe da Casa Civil Jaques Wagner, atual chefe de gabinete da presidente.

Desde que os diálogos foram divulgados, a presidente tem acusado o juiz de ter violado a lei e dito que tomará as providências legais.

 
LULA MINISTRO
Ex-presidente é nomeado para Casa Civil

"O meu governo garantiu autonomia para a Polícia Federal investigar quem fosse necessário. O meu governo respeita o Ministério Público e o Judiciário. Agora, nós consideramos uma volta atrás na roda da história a politização de qualquer um desses órgãos. Nada nem ninguém pode defender uma polícia ou Justiça que seja a favor de alguém por critério político", declarou Dilma.

"Não é possível aceitar qualquer grau de politização, em qualquer ação de investigação, no nosso país. É uma volta atrás, um retorno a páginas atrasadas na nossa história", acrescentou a presidente no evento.

No discurso, que durou cerca de meia hora, Dilma criticou diretamente a divulgação dos áudios por ordem de Sérgio Moro.

A uma plateia formada por beneficiários do Minha Casa, Minha Vida, ela ressaltou que em outros países, como os Estados Unidos, é impensável imaginar um presidente da República como alvo de escutas telefônicas.

"Grampeia o presidente dos Estados Unidos para ver o que acontece com quem grampear. É por isso que vou tomar todas as providências cabíveis neste caso. Não é só por causa da Presidência da República, que é muito importante, é por outro motivo: se eu não tomar providências, se alguém puder me grampear sem a autorização do Supremo Tribunal Federal, o que vai acontecer com o cidadão comum?", afirmou, acrescentando que a Justiça não pode ser "politizada".

A repercussão política dos áudios dos telefonemas entre Dilma e Lula foi intensa em Brasília. Desde então, parlamentares da oposição na Câmara e no Senado passaram a pedir a renúncia da petista. Nesta semana, conversas entre Dilma e Lula foram divulgadas depois que o juiz Sergio Moro retirou o sigilo de interceptações telefônicas do ex-presidente, alvo de investigação da Operação Lava Jato.

Além disso, manifestantes foram às ruas de cidades em 19 estados e no Distrito Federal para pedir a saída da presidente.

 
 
 
 
 
 

Lula na Casa Civil
Segundo Dilma, o ex-presidente Lula, novo ministro da Casa Civil, é um "grande amigo" que poderá ajudar o governo.

"Quando vocês estão enfrentando alguma dificuldade, vocês não chamam um parente ou um amigo par ajudar? Por isso eu chamei um grande amigo meu e de vocês para me ajudar. Eu chamei o presidente Lula", afirmou.

Dilma também declarou que os programas sociais serão mantidos e a inflação, reduzida. "Esses programas, como o Minha Casa, Minha Vida, estão mantidos. Mas nós também temos de combater a inflação, porque a inflação prejudica o bolso de vocês e, agora, estamos conseguindo dar os primeiros passos para derrotar a inflação. A inflação neste país vai cair. Ela vai cair", afirmou.



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