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Dólar em alta – qual o impacto para população

Terça, 05 de janeiro de 2016

 

 

O dólar está em um período de grande variação, frequentemente ultrapassando o valor de R$4,00, o que é considerado muito elevado. O problema é que a alta tem impacto para todos – investidores, empresários, viajantes e também às pessoas físicas, consumidores brasileiros –; para uns de maneira positiva, para outros, negativa.

Aos que possuem certos tipos de investimento, principalmente no exterior, isso poderá aumentará seus rendimentos; para empresas e indústrias nacionais também pode ser interessante, uma vez que a alta da moeda causa maior competitividade das vendas externas brasileiras, tornando-as mais baratas.

 

Contudo, para a maioria da população os impactos são muito negativos. Para os importadores de produtos, é ruim, pois terão que repassar esse aumento aos clientes, nesse caso, nós.

Àqueles que estavam planejando viajar ao exterior, o fato também desanima, pois a todos os gastos comuns de uma viagem dessas – passagem aérea, passeios, IOF do cartão de crédito, etc. – será acrescido o aumento da cotação do dólar, ultrapassando o valor planejado inicialmente. É preciso cautela! Para quem nem sequer se programou, é melhor deixar a viagem para outro momento.

A população brasileira no geral também é atingida, pois somos consumidores. Somada à inflação de mais de 10%, a alta da moeda americana reflete diretamente no preço de produtos e serviços de nosso cotidiano, encarecendo-os substancialmente e, consequentemente, diminuindo nosso poder de compra.

Assim, há muitos cuidados a serem tomados nesse período. Por isso, o melhor a fazer é reunir a família, rever os custos diários e mensais, reduzir os excessos e supérfluos e fazer algo que parece óbvio, mas muita gente não consegue: garantir que o ganho sempre seja maior que as despesas.

Reinaldo Domingos, educador financeiros, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, do lançamento Mesada não é só dinheiro, e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.

 

 
5 passos para sobreviver à crise financeira

 

As projeções econômicas para as famílias brasileiras para os próximos meses são no mínimo preocupantes, uma vez que já se projeta um agravamento da crise, com reflexos diretos nas finanças pessoais, com alta de juros, tributos e preços. Isso é reflexo tanto do mercado interno, com clara estagnação e grande índice de inadimplência da população, como do externo, no qual as grandes economias já se mostram recessivas há tempos, e países em ascensão, como a China, vêm reduzindo seu crescimento.


Enfim, como dito, o macro com certeza vai refletir no micro, isso é, nas contas e investimentos das famílias. Contudo, mesmo com um cenário pouco animador, não há motivos para desespero, e sim para planejamentos e adequação, buscando sair fortalecido deste período. Para auxiliar, elaborei algumas orientações pertinentes:

Livre-se das dívidas – muitos pensam em como se livrar das dívidas em um momento de crise. Pode parecer impossível, mas é exatamente nesses momentos que os credores também oferecem as melhores condições para negociações. A orientação é que o primeiro passo seja o de resolver o problema que levou ao endividamento, isto é, a causa. Adequar seu padrão de vida a sua realidade é muito difícil, mas é fundamental observar que não pode viver em uma realidade que não é sua. Cortas gastos para ganhar fôlego e, assim, poder assumir o compromisso de pagar as dívidas é a melhor opção agora. Se não se livrar desse problema de forma emergencial, pode ter certeza que a alta dos juros prejudicará a sua saúde financeira no futuro.

Faça uma faxina financeira – sabia que, em média, 25% dos nossos gastos são com supérfluos? As pessoas sempre dizem que não têm mais da onde reduzir os gastos, mas, depois, quando fazem uma análise, observam que é possível. É preciso realizar um diagnóstico de sua vida financeira por 30 dias, anotando tudo o que gasta por tipo de despesa, até mesmo cafezinhos e gorjetas. Assim, verá uma realidade muito diferente do que imagina. Mas ressalto que não se deve virar escravo dessa anotação, pois, quando vira rotina, perde a eficácia.

Chegou a hora de sonhar – por mais que o cenário para muitos seja de pesadelo, nessa hora, é de grande importância sonhar, ou seja, definir os objetivos materiais, pois eles é que farão com que se tenha foco para evitar o descontrole ou mesmo o desespero. Reúna a família e converse sobre o tema, dividindo os sonhos em três tipos: curto (até um ano), médio (até dez anos) e longo (acima de dez anos) prazos, definindo também quanto custam e quanto poderão poupar por mês para realizá-los.

Mude o formato de seu orçamento - um erro comum é pensar que orçamento financeiro familiar consiste em registrar o que se ganha e subtrair o que se gasta e, caso sobre dinheiro, será lucro, se faltar, prejuízo. A forma correta, no entanto, consiste em, primeiramente, elaborar o registro de todas as receitas mensais, posteriormente, separar os valores pré-definidos para os projetos da família e, somente com o restante, adequar os gastos da família. Isso forçará um ajuste do padrão de vida familiar para conquistas financeiras.

Chegou a hora de saber investir – com a alta de juros, agora, é um bom momento para quem que investir, contudo, o grande erro que observo é a ideia de poupar sem motivo e buscar sempre o melhor rendimento. No mercado financeiro, existem diversas opções de aplicação em ativos financeiros com riscos diferentes. A orientação é procurar variar o investimento de acordo com o tempo que utilizará o dinheiro. De forma geral, o risco de uma aplicação financeira é diretamente proporcional à rentabilidade desejada pelo empreendedor, ou seja, quanto maior o retorno estimado pelo tipo de aplicação escolhida, maior será o risco, por isso, é preciso cautela.

Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educação Financeira (Abefin), autor do best-seller Terapia Financeira e da primeira coleção completa de educação financeira para escolas, que já é adotada em milhares de escolas em todo o Brasil.

 

 

13 orientações para fazer de 2016 o ano da educação financeira

 

Ano novo com muito dinheiro no bolso, saúde financeira para dar e vender! O maior desafio para milhões de brasileiros é começar o ano sem problemas financeiros. Mas, como fazer isso de forma diferente? Para responder esta pergunta Reinaldo Domingos, autor do Best-seller Terapia Financeira (Editora DSOP), desenvolveu algumas orientações práticas para você e sua família:
 
1. Registre mês a mês numa agenda, caderno ou de forma eletrônica os compromissos que ocorrerão em 2016 (aniversários, datas comemorativas como: Dia das Mães, Dos Namorados, Dos Pais, Das Crianças, além de compromissos como IPVA, IPTU, matrícula e material , etc.);
 
2. Para cada evento é preciso registrar o valor de intenção do investimento e gasto;
 
3. Se tiver prestações já assumidas, você deverá registrar, também, nos respectivos meses;
 
4. No começo do ano faça reuniões com a família, inclusive as crianças e converse sobre os sonhos realizados e os sonhos que querem realizar neste novo ano e também nos próximos;
 
5. Para cada sonho e desejo é preciso que seja registrado o quanto custa, o quanto será guardado e em quanto tempo será realizado;
 
6. Ter no mínimo três sonhos para cada membro da família (curto até um ano, médio até dez anos e de longo, acima de dez anos). Para as crianças sonhos têm o tempo diferente: curto até um mês, médio até seis meses e longo, até um ano;
 
7. Nas famílias brasileiras, em pesquisas já realizadas, foi constatado que existem excessos de despesas em média de 20% (energia elétrica, água, alimentação, telefone, etc.), é preciso realizar um diagnóstico financeiro minucioso por categoria de despesa pelo período de 30 dias, incluindo até mesmo o cafezinho e as gorjetas. É desse forma que você descobrirá para onde está indo cada centavo de  seu dinheiro;
 
8. Elabore um orçamento financeiro diferente dos últimos anos, este deverá ter a seguinte composição: Ganho (-), Sonhos e (-) Despesas, priorizar os sonhos antes das despesas é o segredo para realizá-los;
 
9. Para que a realização dos sonhos seja possível, é preciso poupar (guardar dinheiro) para cada um, respeitando o tempo estipulado;
 
10. Tenha bem claro aonde investir o dinheiro para a realização dos sonhos (curto prazo -  Tesouro Direto, caderneta de poupança; médio prazo - CDB, Tesouro Direto, fundos de investimentos, e longo prazo -  Tesouro Direto, previdência privada e ações);
 
11. Aprenda a comprar apenas o que é realmente necessário, o consumo consciente é importante para todos, eliminando desperdícios;
 
12. Ajuste sua vida financeira ao seu real padrão de vida, de nada adianta ter muitas coisas para ostentar se o resultado destas serão dívidas e um futuro incerto. ë preciso ter uma visão clara do que se pode ou não;
 
13. Se estiver endividado é hora de fazer uma grande faxina financeira e buscar a causa do problema, nada de sair renegociando com credor sem antes descobrir  porque você gasta mais do que recebe, retomar as rédeas de sua vida financeira por meio da reeducação financeira é o grande segredo para iniciar um novo ano sustentável financeiramente.

 

 

 

De pai para filho – 4 lições de como lidar com o dinheiro

 

Neste período de início de ano é com a crise, se torna fundamental o debate sobre o papel dos pais no desenvolvimento da educação financeira dos filhos. Isso, principalmente, pelo fato de que não é mais possível se omitir sobre esse tema.

 

Diante de um cenário de consumismo desenfreado, população endividada ou frustrada por não conseguir realizar seus sonhos, ensinar como lidar com dinheiro e anseios para crianças e jovens tornou-se um dos principais desafios de pais. Lembro que as famílias têm papel fundamental no significado que os filhos atribuem ao dinheiro e a forma como se lida com seus recursos financeiros pode influenciar a maneira como a criança irá administrar seus bens no futuro.

 

Muitos pais, que não receberam orientação dessa natureza, encontram dificuldade de transmitir esse tipo de conhecimento. Mas agora estão ganhando aliados na tarefa de educar os filhos financeiramente. Um dos caminhos para famílias educarem financeiramente seus filhos é estimular que esses identifiquem seus sonhos de curto, médio e longo prazos; ensinando a investigar quanto custam esses e, junto com os pais, começarem a poupar. A partir dos sete anos isso pode se dar por meio de semanada ou mesada.

 

Quando começar?

É uma característica das crianças serem muito observadores e cedo começam a perceber que o dinheiro tem uma importância na vida dos pais e, em paralelo tem estabelecido os desejos de consumo, assim, a partir da percepção deste entendimento, que ocorre normalmente por volta dos três anos, já deve ter início a educação financeira.

 

Frequentemente eles observam os adultos entregarem dinheiro, cartões, cheques em vários locais em troca de mercadorias. Ou seja, observam que troca-se dinheiro por coisas que se quer ter. Ao mesmo tempo crianças e jovens estão expostos às mensagens publicitárias que estimulam o desejo de ter. São duas forças importantes que movimentam a sociedade e, portanto, precisam ser bem compreendidas.

 

Combatendo o consumismo

O antídoto para os possíveis efeitos nocivos do estímulo ao consumo é envolver esses nas decisões familiares sobre os gastos, colocando os sonhos em primeiro lugar. Temos de mostrar que é preciso ter objetivos, fazer escolhas e que nada é mágico, porém, tudo é possível, desde que o dinheiro seja usado com foco e sabedoria.

 

Dessa forma, habitua-se as crianças e jovens que acordos não significam negação, mas sim negociação. Eles perceberão que é possível ter, porém, nem sempre no momento que se quer. Essa prática também ajuda a aliviar o sentimento de culpa de muitos pais porque, nesse exercício, eles também aprendem a se reeducar financeiramente e deixam de ver o dinheiro – ou o poder de comprar – como uma válvula de escape para suprir lacunas em outros aspectos da vida.

 

Problemas com a falta de educação financeira

Uma criança que não é educada financeiramente trará grandes problemas de descontrole para os pais, por querer tudo que vê e fazer ‘birra’. A exposição das crianças às ações publicitárias faz com que estas se tornem cada vez mais cedo consumistas.

 

Hoje a criança é elevada ao status de consumidora sem estar preparada. E a publicidade utiliza de propagandas são apelativas, que causam desejos imediatos nas crianças de querer o produto, e isso não significa necessariamente que essa criança é excessivamente consumista, pois, esse desejo será rapidamente esquecido. Uma situação que indica uma criança excessivamente consumista é quando ela gasta todo seu dinheiro ganho com mesadas e logo pede mais dinheiro para seus pais. Porém, não existe um índice que mostre qual o grau que esse problema atingiu.

 

Você é o exemplo

Os pais são referências para os filhos, ocorre que cada família deve ter seus valores, mas mesmo assim é necessário cuidado. Se a criança vê os pais comprando sem parar, vão tender a seguir esse exemplo e acabar ficando desta forma. Assim, é fundamental ter muito cuidado com o exemplo que os familiares passam, e desde cedo demonstrar que a felicidade não está associada ao consumismo desenfreado e sim na atitude de atingir seus objetivos.

 

No caso do exemplo externo, a família também terá um papel de grande relevância, que é o de estabelecer os limites para esta atitude. Os pais podem reforçar ou não a atitude consumista da criança e se o comportamento da criança não mudar nesse primeiro momento é muito provável que ela se torne um adulto sem limite nos seus gastos.

 

Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira e da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), autor dos livros Terapia Financeira e do lançamento Mesada não é só dinheiro, além da coleção didática de educação financeira para o Ensino Básico, adotada em diversas escolas do país.



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