Secretários de Saúde querem fortalecer atendimento em rede

Secretários e técnicos de saúde de 26 municípios estiveram em São Bento do Sul, na manhã de terça-feira (20), para uma reunião da Comissão Intergestora Regional do Planalto Norte e Nordeste de Santa Catarina. O principal assunto em pauta foi a promoção de um trabalho integrado entre as regiões, formando uma rede de atenção à saúde. Entre os benefícios esperados está o melhor aproveitamento dos hospitais da região, evitando que algumas unidades fiquem superlotadas enquanto em outras existem vagas ociosas.

Outro tema abordado foi o trabalho psicossocial desenvolvido nos municípios, a fim de trocar experiências positivas e divulgar as formas de tratamento e locais de internação utilizados. Os técnicos e gestores também debateram os alvos principais de atenção para o período de 2016 a 2018.

Conforme o gerente de Saúde da SDR de Joinville, Henrique Deckmann, um dos coordenadores do encontro, a discussão conjunta dos obstáculos e soluções entre gestores das cidades de quatro diferentes SDRs é fundamental para a nova política proposta de trabalho em rede nas questões de saúde. “Muitas vezes enquanto há pacientes até nos corredores de determinados hospitais, por demanda muito alta, há leitos sobrando nas cidades vizinhas e que poderiam atender a períodos de tratamento mais longo. Se o atendimento for em rede, podemos distribuir melhor essa demanda”, afirma Deckmann.

Juntos, os municípios das SDRs de Mafra, Canoinhas, Jaraguá do Sul e Joinville somam 1,3 milhão de habitantes e a relação entre as regiões acaba sendo de interdependência. Deckmann destacou a mobilização da Comissão para obter o reconhecimento do Ministério da Saúde ao atendimento de vítimas de AVC (acidente vascular cerebral). “Os problemas de saúde de um município acabam afetando outras cidades da região também, por isso precisamos nos unir para buscar soluções conjuntas”, enfatizou.

Outro objetivo da Comissão é buscar formas de melhorar a atenção básica nos municípios, pois quanto melhor for esse atendimento, menos gente precisa de hospital. O secretário de Saúde de São Bento do Sul, Deodato Raul Hruschka, destacou a necessidade de modificações no atual modelo de financiamento à saúde pública. “A Lei manda que os municípios apliquem 15% da receita em saúde, mas isso não tem sido suficiente. Em São Bento do Sul aplicamos praticamente o dobro, enquanto o Estado deve aplicar um percentual de 12% e a União bem menos que isso. É uma distribuição injusta”, afirmou Deodato.

O secretário destacou várias mudanças positivas ocorridas na área de gestão de saúde nos últimos vinte anos, mas observou que as dificuldades financeiras estão tornando o SUS insustentável. “Em dezembro temos Conferência Nacional de saúde e esse tema não pode deixar de ser apontado”, comentou.