Com a temporada de chuvas e a proximidade do Dia de Finados, a equipe de combate à dengue de São Bento do Sul dobra a vigilância e reforça as orientações à população. O município registrou 37 focos este ano e, destes, cinco foram localizados em três cemitérios, por conta de vasos inadequados.
Desde o ano passado, a Lei Municipal 3.340 proíbe a utilização, nos cemitérios, de vasilhames que acumulem água. Por isso, o coordenador de Combate à Dengue do município, Jerri Afonso Cristofolini, orienta as pessoas a providenciarem a regularização. “Muitas famílias já estão indo aos cemitérios para fazer a limpeza dos túmulos de seus ente queridos, preparando o local para o Dia de Finados, como é tradição. Pedimos que aproveitem para substituir os vasos que ainda não foram adequados”, solicita. Os agentes de combate à dengue estão autorizados, por lei, a retirar dos cemitérios vasos que acumulam água, a fim de eliminar ambientes propícios ao mosquito transmissor.
Cristofolini explica que, mesmo a colocação de areia nos vasos não é aconselhada, pois seria necessário fazer a substituição do material a cada semana. “Quando chove, a água acaba se acumulando entre a areia e a borda do vaso, propiciando um ambiente favorável para o mosquito depositar seus ovos”, observa. Na entrada do cemitério central há vasos adequados à legislação e que podem servir de modelo à população. Os agentes também constataram que mais de 90% das flores utilizadas nos 14 cemitérios são-bentenses são artificiais, portanto não necessitam de vasilhames com água. “Os vasos acabam sendo apenas um enfeite, mas um enfeite muito perigoso ao ser humano quando permitem o acúmulo de água”, diz Cristofolini.
Pela proximidade de Joinville e pelo grande número de caminhões que vêm de outras cidades do país, São Bento do Sul é considerado um local de risco pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado. Nos dias 7, 8 e 9 de outubro, houve reunião técnica em Balneário Camboriú para tratar de estratégias de combate à infestação. De janeiro a setembro deste ano foram notificados 3.568 casos confirmados de dengue em Santa Catarina e, deste total, 91% são autóctones, isto é, contraídos no próprio Estado, enquanto apenas 7% vieram de pessoas contaminadas fora de Santa Catarina. “A dengue não é mais algo distante de nós, algo de que só ouvíamos falar, está aqui, ao nosso lado”, alerta Cristofolini.
Semanalmente os agentes de combate à dengue verificam as 349 armadilhas espalhadas por São Bento do Sul e, a cada 14 dias, observam os 84 PEs (Pontos Estratégicos), colocados em locais mais vulneráveis, como borracharias, transportadoras, empresas de reciclagem, por exemplo. “Foi um ano de temperaturas elevadas e, agora, com muita chuva. Isso faz com que tenhamos de aumentar os cuidados, pois a proliferação do mosquito é muito rápida”, conta o coordenador.
Além do cuidado com os cemitérios, também é necessário que os moradores continuem vigilantes em suas casas. Eliminar todos os recipientes que possam acumular água, sobretudo nos quintais, é responsabilidade de todos.
Fica a dica
Evite usar pratos nos vasos de plantas.
Nos cemitérios, utilize apenas vasos que não acumulam água.
Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo.
Mantenha lixeiras tampadas.
Deixe os depósitos para guardar água (inclusive caixas d´água) sempre vedados).
Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água.
Se tiver piscina, trate a água com cloro e limpe uma vez por semana.
Mantenha ralos fechados e desentupidos.
Lave com escova os potes de comida e água dos animais domésticos, no mínimo uma vez por semana.
Em banheiros pouco usados, dê descarga ao menos uma vez por semana.
Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário.
Evite acumular entulhos, pois podem se tornar locais de foco do mosquito da dengue.