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Ibama determina a exoneração do superintendente preso em SC

Quinta, 15 de outubro de 2015

 

Operação Enredados é feita pela Polícia Federal em conjunto com Ibama.
Uma investigação imediata do Ibama vai apurar todos os atos suspeitos.

 

Do G1 SC

Américo Ribeiro Tunes, superintendente do Ibama, foi preso em Florianópolis (Foto: Naim Campos/RBS TV)Américo Ribeiro Tunes, superintendente do Ibama, foi preso em Florianópolis (Foto: Naim Campos/RBS TV)

O Ibama determinou nesta quinta-feira (15) a exoneração de Américo Ribeiro Tunes,  superintendente do Instituto em Santa Catarina preso em Florianópolis no início da manhã durante a Operação Enredados, deflagrada pela Polícia Federal em conjunto com o Ibama.

De acordo com a assessoria do Ibama, uma correição imediata será feita pelo Instituto, para rever todos os atos sob suspeita. As ações serão comandadas pela Corregedoria do Ibama. Na tarde desta quinta-feira, o coordenador geral de fiscalização do instituto, Jair Schmitt, dará uma coletiva em Porto Alegre (RS) para fornecer detalhes das investigações.

A prisão de Tunes faz parte da operação para combater um esquema que concedia permissão para pesca ilegal.

Os policiais apreenderam na casa do superintendente, no bairro Santa Mônica, documentos e computadores. Ele foi encaminhado para o prédio da PF em Florianópolis, na avenida Beira-Mar Norte. O secretário-executivo interino da Secretaria da Pesca, Clemerson José Pinheiro da Silva, foi preso em Brasília.

Cerca de 400 policiais federais e 20 servidores do Ibama cumprem 61 mandados de busca e apreensão, 19 mandados de prisão preventiva e 26 de condução coercitiva nas cidades de Brasília (DF), São Paulo (SP), Angra dos Reis (RJ), Rio Grande (RS), Florianópolis, Laguna, Itajaí, Camboriú, Bombinhas (SC), Natal (RN), Belém e São Félix do Xingu (PA).

Operação da Polícia Federal inclui o Sindicato da Indústria da Pesca em Itajaí (Foto: Luiz Souza/ RBS TV)Operação da Polícia Federal inclui o Sindicato da Indústria da Pesca em Itajaí (Foto: Luiz Souza/ RBS TV)

Operação Enredados
A operação tenta desarticular uma organização criminosa que atuava junto ao Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), em Brasília e Santa Catarina, e ao Ibama em Santa Catarina.

A investigação apurou que servidores públicos, armadores de pesca, representantes sindicais e intermediários, mediante atos de corrupção, tráfico de influência e advocacia administrativa, atuavam na concessão ilegal de permissões de pesca industrial, emitidas pelo MPA.

"Muitas das embarcações licenciadas irregularmente sequer possuíam os requisitos para obter a autorização. Em outros casos, eram colocados empecilhos para embarcações aptas, com o objetivo de pressionar os proprietários dos barcos para o pagamento de propina", diz nota da Polícia Federal.

Operação Enredados cumpre mandados no Sindipi em Itajaí (Foto: Luiz Souza/ RBS TV)Operação Enredados cumpre mandados no Sindipi
em Itajaí (Foto: Luiz Souza/ RBS TV)

Pesca da tainha
Um dos fatos investigados envolveu o licenciamento para pesca da tainha na safra 2015. A organização criminosa chegou a cobrar R$ 100 mil por embarcação para emissão de permissão de pesca, sem observância dos requisitos legais.

O trabalho, a cargo da Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais da PF, iniciou compilando dados de inteligência policial, de autuações aplicadas pelo Ibama  e de ações ostensivas de patrulhamento na costa do Rio Grande do Sul.

A investigação identificou vários crimes, desde a pesca ilegal, passando por fraudes em documentação para inserir no mercado o pescado sem origem, até a identificação de organização criminosa com ramificações no Ministério da Pesca e no Ibama, causando sérios prejuízos ambientais também em outros estados.

Espécies ameaçadas de extinção
Espécies ameaçadas de extinção, cuja pesca é proibida, como Tubarão Azul, Tubarão Cola-fina, Tubarão Anjo e Raia Viola foram apreendidos na Operação Enredados.

Ao longo da investigação, mais de 240 toneladas de pescado capturados de forma ilegal, com preço de mercado superior a R$ 3 milhões, foram apreendidas em abordagens da PF em diversos pontos da costa brasileira.

Dentre as ilegalidades constatadas, algumas foram de forma reiterada, como a desconsideração dos dados do Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações por Satélite (PREPS), que monitora a atividade dos barcos pesqueiros.

Operação da Polícia Federal, em Florianópolis (Foto: Naim Campos/RBS TV)Documentos foram apreendidos na casa do superintendente do Ibama (Foto: Naim Campos/RBS TV)


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