No mês de fevereiro, comentamos por aqui sobre quais seriam as tendências de cores para o ano de 2015, segundo as grandes empresas do ramo. Pois na quinta-feira da semana passada, dia 10 de setembro, a Pantone divulgou qual vai ser a cor do verão 2016: Rose Quartz, um tom de pink bastante delicado. E ainda, outros nove tons que irão compor o top 10 de cores do próximo ano.
Mas o que é a Pantone, e qual o poder que ela tem de ditar essas tendências? Bom, antes de mais nada, é preciso deixar claro: a Pantone não fabrica tintas! A empresa criou, na verdade, um “dicionário de cores”, utilizado para obter fórmulas de cores padrão: o Pantone Matching System (PMS). E qual é a aplicação desse sistema? Bom, as cores são essenciais para a indústria criativa, e obter uma padronização é muito importante quando os produtos, tecidos e impressos precisam ser iguais. Com o sistema Pantone, é possível garantir que o vermelho de um objeto brasileiro seja o mesmo quando a peça for produzida na China, por exemplo. Formalmente, esses “dicionários” foram batizados de Color Guides e são vendidos e atualizados todo ano. Junto com eles, a Pantone também define a “cor do ano”.
Pode-se dizer que a empresa “caça” tendências, e leva em consideração fatores econômicos e socioculturais a cada cartela. Uma das diretoras do Instituto explica as tendências atuais: em momentos de crise, nos afastamos do preto e procuramos por tons menos contrastantes; hora de dar adeus ao preto absoluto e começar a pensar em tons de branco e cinza. Rosa e tons avermelhados também estão em alta já que, segundo o instituto, quando a sociedade passa por momentos difíceis, procuramos por tons que remetem ao amor.
Para 2016, as cores foram pensadas em três grupos de consumo: 1) Betapreneurs, um estilo de vida baseado no consumo sustentável, que recusa supérfluos. É a volta para o básico: estética campestre, itens feitos a mão e tons de marrom. 2) Urbanos, um estilo de vida baseado nas grandes cidades mas onde o espaço comunitário passa a ser valorizado, seu vizinho passa a ser seu melhor amigo e as pessoas retomam hábitos antigos como hortas domésticas, crochê e coleção de selos. Tudo que for nostálgico será valorizado, junto a tons de vermelho escandinavo. 3) Nômades, um grupo jovem, que não considera o consumo como uma prioridade. Tudo tem potencial de ser compartilhável, e a casa passa a significar o lugar onde você está. Cinzas, beges e cores pálidas contribuem para essa estética de “menos é mais”.
Com base nesses grupos de consumo, diversas paletas de cores foram lançadas, juntamente com tendências de materiais e decoração de interiores. Mas o conceito para as paletas de 2016 é que investimentos em arquitetura, construção e interiores não são efêmeros, e a permanência é sempre um critério importante.