Uma palestra sobre posse responsável de animais ocorreu na noite de quarta-feira (26), no auditório do Centro de Vigilância à Saúde (CVS). O encontro foi um momento preparatório para o início da castração de cães e gatos pela Unidade de Controle de Zoonoses (UCZ), voltado às pessoas que tiveram seus cadastros aprovados.
A diretora do CVS, Luciane Scatolon, comentou sobre os trâmites burocráticos enfrentados desde 2013 para a implantação do serviço de castração no município. Ela lembrou que, nesse período, cidades vizinhas foram visitadas e muitas trocas de experiências aconteceram. “Algumas cidades até compram os serviços de clínicas veterinárias, mas vimos que os custos seriam maiores, por isso adequamos o espaço que já tínhamos junto ao CVS”, explicou.
A diretora lembrou ainda que adequações no orçamento do município tiveram que ser feitas, pois não se pode utilizar recursos da Saúde para a castração. “Hoje conseguimos fazer com que os repasses possam vir do Departamento de Meio Ambiente”, ressaltou. Segundo ela, a castração de animais é uma grande conquista para o município e os resultados poderão ser vistos a médio e longo prazo.
De acordo com o médico veterinário do CVS, Marco Aurélio Olinisky, a primeira etapa do trabalho compreendeu o cadastramento das famílias interessadas. Esses cadastros foram avaliados por uma comissão, formada por técnicos das secretarias de Saúde, Meio Ambiente e de Assistência Social, a fim de verificar se estão de acordo com a legislação. Os cadastros continuam sendo feitos no Centro de Vigilância e sempre que forem formados pequenos grupos de 15 a 20 pessoas, serão realizadas as palestras.
Para abordar a posse responsável, Clarice Foletto Soares destacou que a convivência entre seres humanos e animais deve ocorrer sem agressões ou castigos. Ela também falou sobre a necessidade do acompanhamento de médico veterinário e vacinação. “A castração deve ser vista como sinal de amor ao animal”, frisou. Ela destaou que gatas e cadelas têm crias até duas vezes no ano, podendo gerar de 10 a 12 filhotes a cada vez.
Objetivos da Unidade de Zoonoses - Além de controlar o crescimento desordenado da população de cães e gatos, coibir os maus tratos e estimular a adoção e a posse responsável de animais domésticos estão entre os objetivos da Unidade de Controle de Zoonoses. “Outra finalidade é prevenir e controlar as zoonoses, ou seja, as doenças transmitidas entre animais e seres humanos, inclusive a dengue”, explica Luciane.
Entre os principais serviços oferecidos pela unidade está a esterilização de cães e gatos. O programa de castração vai atender a famílias com renda de até três salários mínimos ou que integram o Cadastro Único de Assistência Social do município. É necessário comprovar residência em São Bento do Sul. Além da castração gratuita, a Unidade fornece os medicamentos para a fase pós-operatória do animal.
Os cães e gatos também receberão microchip para identificação do proprietário e de seu endereço. A lei que cria a Unidade de Zoonoses também estabelece obrigações aos proprietários. Em caso de perda do microchip, venda ou doação do animal a terceiros, extravio ou morte, o proprietário deve comunicar por escrito à Unidade.
A legislação também estabelece multas que variam de 6 a 600 UFMs (R$ 21,02 a R$ 2.102,04) para proprietários que cometerem infrações, como abandonar animais, maus tratos, não vacinar (uma vez ao ano) contra raiva e não providenciar destino correto ao corpo de animal morto. Em caso de reincidência, o valor da multa dobra. Os recursos arrecadados vão compor o Fundo Municipal do Meio Ambiente para aplicação em programas de proteção aos animais.