A convite da Universidade Católica, de Joinville, o prefeito Fernando Tureck participou, na quarta-feira à noite (19), de um debate com acadêmicos dos cursos de Direito, Administração de Empresas e Ciências Contábeis. O tema foi relacionado aos desafios e diferenças entre as gestões pública e privada.
Durante sua conversa com os estudantes, Tureck explicou que a grande diferença entre os setores está na burocracia. O prefeito falou sobre os processos de compra por parte da Prefeitura, todas feitas por meio de licitações, as quais demandam tempo e envolvem uma série de outros fatores. “Tem 30 dias de publicação do edital, mais os prazos para homologação e, caso alguma empresa entre com recurso ou mandado de segurança, acaba inviabilizando a licitação”, disse. “Com isso, demora-se quase dois meses para se fazer uma compra”, completa.
No mesmo comentário, o prefeito são-bentense falou sobre a iniciativa privada, onde as compras são feitas diretamente e, muitas vezes, com valores menores. Tureck ainda explicou que a lei das licitações é de 1996 e, desde então, não houve atualização dos valores. “Com isso, não podemos fazer compras diretas de muitos itens e temos de fazer as licitações”, explicou, referindo-se ao limite imposto pela legislação para compra direta de produtos, que é de R$ 8 mil. A partir deste valor, deve ser feito todo o processo licitatório.
Tureck ainda comentou sobre as dificuldades no setor de saúde, onde são investidos recursos da Prefeitura acima do previsto pela Constituição, sem contar a grande quantidade de ações judiciais que acabam obrigando a Prefeitura a arcar com custos extras.
Sem contrapartida - O prefeito são-bentense ainda falou sobre o crescimento constante das obrigações das prefeituras sem a contrapartida dos governos federal e estadual. Com isso, as prefeituras ficam com suas contas ainda mais comprometidas. Tureck ainda citou os problemas ocasionados pelos constantes aumentos da fatura de energia elétrica, pois são as prefeituras que arcam com os custos da iluminação pública e atualmente não sobram recursos para investimentos. “Tínhamos um setor de iluminação que antes era superavitário e agora é deficitário”, revela.
Participação - Quem também participou do evento foi a secretária de Gestão de Pessoas da Prefeitura de Joinville, Rosane Bonessi. Ela expôs aos acadêmicos toda a dificuldade do setor público, principalmente, em relação aos servidores concursados, os quais, devido à estabilidade, muitas vezes abusam de atestados médicos e faltas ao trabalho.
Ao final das explanações, houve rodada de perguntas para que Tureck e Rosane sanassem as dúvidas dos acadêmicos.