A superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) entende que a aprovação da operação de compra da Condor Pincéis, de São Bento do Sul, pela Tigre poderia resultar em aumentos dos preços dos produtos e na eliminação de concorrentes nos mercados envolvidos.
Por isso, impugnou o ato de concentração perante ao Tribunal do Cade, que será responsável pela decisão final sobre a aprovação, reprovação ou adoção de eventuais medidas que afastem os problemas identificados.
As determinações do tribunal podem ser aplicadas de forma unilateral ou mediante acordo com as partes. A Condor Pincéis fabrica e comercializa ferramentas para pintura artística e escolar e para pintura imobiliária. A Tigre também vende pincéis, trinchas, rolos, broxas, escovas e acessórios para pintura. Tigre e Condor são os dois maiores agentes econômicos do mercado de pincéis.
Em decorrência da operação proposta, a Tigre passaria a deter mais de 70% do mercado. Em nota, o Grupo Tigre informa que a decisão é “um trâmite natural do processo” e que irá se posicionar “apenas após a decisão final do Cade”.
Possíveis entraves
O Cade concluiu que a operação cria dificuldades para a concorrência nos mercados de broxas, escovas, rolos, trinchas e acessórios para pintura, apesar da existência de um rival de porte significativo. De acordo com o parecer, o aumento do poder de portfólio da Tigre nesses segmentos poderia ser um entrave ao acesso das empresas de menor porte aos pontos de venda. O Cade também anotou preocupações em relação à probabilidade de exercício de poder coordenado entre os principais agentes econômicos no mercado de broxas e escovas.
Prazo
O ato de concentração foi notificado em dezembro de 2014 e as partes apresentaram uma emenda da notificação em 7 de janeiro de 2015. O prazo legal para a decisão final do Cade é de 240 dias, prorrogáveis por mais 90.
Posição da Tigre
O grupo Tigre foi informado de que a superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) acolheu o parecer técnico e impugnou a operação de compra da divisão de pincéis da Condor, fabricante de ferramentas de pintura para o segmento imobiliário e artístico, e que submeteu a decisão ao Tribunal do órgão.
A companhia entende que esse é um trâmite natural do processo e irá se posicionar apenas após a decisão final do Cade.