Para um grupo de moradores do bairro Mato Preto as manhãs frias de inverno não são desculpa para deixar de lado a atividade física. Todas as terças e quintas-feiras, das 8h30 às 9h30, o professor de Educação Física Agnaldo Domingos comanda a sessão de exercícios para uma turma de 20 a 30 pessoas. Alongamentos, circuitos, voleibol e até o jogo de mata-mata integram a lista de atividades. O importante é deixar de lado o sedentarismo. A idade dos praticantes também varia, desde crianças a pessoas com mais de 60 anos.
A Fundação Municipal de Desportos fornece o profissional de Educação Física e materiais, como bolas, arcos, corda e colchonetes. Alguns acessórios são feitos pelo próprio grupo, como pesos com garrafas pet cheias de areia, por exemplo. As atividades ocorrem na quadra esportiva da Associação de Moradores do Conjunto Habitacional. A parceria com a FMD nasceu de uma solicitação feita por meio do Conselho Local de Saúde. “Nós temos um grupo que já fazia exercícios há uns 14 anos. O professor anterior ficou doente e nós continuamos por conta própria até que, numa reunião do Conselho, surgiu a ideia de fazer a parceria com a FMD e deu certo”, conta Irene Piontkiewicz.
Aos 68 anos, Leoni Spezin Lopes ensina que o segredo da boa forma física está na persistência. “Mesmo com geada ou com chuva tem que vir, porque se faltar uma semana a preguiça já toma conta”, afirma. Irene Arbigaus começou a fazer parte do grupo há seis meses e garante que não consegue mais ficar sem os exercícios. “Não tenho mais dor nas articulações e a respiração também está melhor”, conta. “Faz bem para o corpo e para a cabeça porque a gente cria uma relação de amizade, ficamos mais felizes”, resume.
A cada aula, dois profissionais da unidade de saúde local participam das atividades junto com os moradores. Na manhã de terça-feira (21) foi a vez do dentista Marlon Roberto de Oliveira e da auxiliar de odontologia Adriana Lenschow. “Aproveitamos para trazer informações aos participantes e, uma vez por mês, também ocorre pesagem e aferição da pressão arterial”, afirma Adriana.
O professor Agnaldo, o “Guina”, afirma que a turma de moradores é bastante animada e ativa. O diretor da FMD, Luiz Neri, o “Magrão” elogia a organização do grupo. “Elas fazem até chamada para acompanhar a frequência”, observa. Irene Piontkiewicz conta que o grupo quer fazer uma camiseta padrão para identificar os participantes e, para isso, vai pedir patrocínio de empresas locais.
Biblioteca
Outra iniciativa da Associação de Moradores é a biblioteca comunitária. Com livros coletados no bairro e auxílio de uma estudante da Univille para a organização, o acervo está à disposição dos moradores gratuitamente. A associação está à procura de um voluntário para ficar no atendimento, mas, enquanto isso não ocorre, as pessoas vão à casa da presidente, Nilceia Carvalho, que leva o leitor à biblioteca para fazer o empréstimo do livro.