
A greve dos servidores do Hospital São José, em Joinville, Norte catarinense,completa uma semana nesta segunda-feira (20). Conforme o Sindicato dos Servidores do Município de Joinville (Sinsej) e a direção do hospital, 88 leitos dos 200 de internação foram fechados. Todo o atendimento do primeiro andar do prédio foi paralisado.
Os funcionários da unidade pararam as atividades para protestar contra a possibilidade de corte do adicional de insalubridade de cerca de 150 funcionários, reivindicação de uniformes para todos os trabalhadores e ampliação do adicional por alta complexidade.
"Na semana passada encaminhamos um ofício para a prefeitura solicitando uma mesa de negociação. Desde lá, não tivemos uma posição deles. Estamos aguardando", disse Ulrich Beathalter, presidente do Sinsej.
Segundo o presidente do sindicato, cirurgias foram canceladas no período e o pronto-socorro está afetado. O atendimento de urgência e emergência não foi atingido. Os horários de visitas também seguem sem alterações.
Segundo a direção da unidade, atendimentos eletivos estão suspensos. Os ambulatórios de oncologia e especialidades não estão agendando consultas de retorno dos exames, porque faltam funcionários. Apenas o que está agendado continua mantido.
Uma paciente procurou o hospital da sexta-feira (17) tentando agendar uma consulta. Ela que quebrou o braço e precisa encaminhar exames, para fazer o tratamento. "Eu tenho que marcar um raio-x, atendimento com especialista de cotovelo e ombro, porque está quebrado, mas eu não consigo nada. Eles dizem que só depois da greve", conta Cecilia Stolf.
Adesão
De acordo com a direção do hospital, na manhã desta segunda, 53 servidores, de um total de 560 lotados no período matutino, cerca de 9,46%, não compareceram aos seus postos de trabalho. O hospital não passou nesta segunda um balanço consolidado sobre a adesão de todo o quadro. Já de acordo com o Sinsej, a adesão já chega a quase 40% dos 1,5 mil funcionários.
Reivindicação
A assessoria de imprensa do sindicato informou que a decisão de parar as atividades foi anunciada previamente à instituição - cerca de uma semana antes -, mas nenhuma proposta foi apresentada pela direção do hospital. Já o secretário de Comunicação, Marco Aurélio Braga, disse que o município foi "pego de surpresa".
A principal reclamação dos servidores é o corte do pagamento de insalubridade de cerca de 150 funcionários, anunciado pela instituição. Os servidores com funções administrativas deixariam de receber o benefício, mas segundo os representantes da categoria, esses funcionários também estão expostos ao 'ambiente insalubre' que é o hospital. Eles também pedem novos uniformes e melhores condições de trabalho.

(Foto: Aline Seitenfus/Divulgação)
A retirada do adicional de insalubridade, de acordo com o Sinsej, representa aproximadamente R$ 150 a menos na folha de pagamento dos colaboradores. Eles são contrários ao corte pois alegam também estarem sujeitos a um ambiente de trabalho insalubre e exposto a doenças infecciosas.
Em contrapartida, a prefeitura informou que contratou uma empresa para avaliar a questão da insalubridade e a necessidade do corte do benefício. "A gente não sabe qual o argumento e a definição desse laudo. Nós acreditamos que fomos surpreendidos pela greve e estamos aguardando o laudo, para aí ter uma conversa mais prática com os servidores", infomou Braga.
Mudança de diretoria
Em plena greve, a Prefeitura de Joinville mudou a direção do Hospital. Foi nomeado Paulo Manoel de Souza como o novo diretor-presidente do Hospital Municipal São José. Ele irá substituir o servidor de carreira Carlos Alexandre da Silva, que estava à frente do hospital desde fevereiro de 2014.
Paulo de Souza era diretor-executivo da Secretaria Municipal de Saúde. A mudança no hospital inclui ainda a diretoria-executiva que será ocupada por Irinéia da Silva e a gerência administrativa-financeira por Janaina Teixeira, ambas servidoras de carreira, informou a prefeitura.