
O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), deputado Ademar Traiano (PSDB), arquivou três pedidos de impeachment contra o governador Beto Richa (PSDB) recebidos pela Casa. As solicitações responsabilizavam Richa pelo fim violento da manifestação dos professores estaduais em 29 de abril deste ano. A decisão foi publicada no Diário Oficial da quarta-feira (15).
Na data, mais de 200 pessoas ficaram feridas no confronto entre a Polícia Militar (PM) e professores, que estavam em greve e protestavam em frente à Assembleia.
O clima de tensão no Centro Cívico era reflexo não apenas das reivindicações dos docentes, mas também da insatisfação de outras categorias do funcionalismo e da série de medidas de austeridade adota pelo governo estadual com o intuito de reestabelecer o caixa público.
Os autores dos pedidos de impeachment foram Ricardo Silveira Pinto, Tarso Cabral Violin e o deputado estadual Requião Filho (PMDB). Para todas as solicitações, o presidente da Assembleia avaliou que havia ausência de indícios e de elementos probatórios contra o governador.
Ao negar os pedidos, Taiano argumentou que a “o simples fato de alguém exercer posição de superioridade hierárquica na estrutura político-administrativa não o torna responsável por quaisquer ilícitos eventualmente praticados por seus subordinados”.
Richa é denunciado pelo MP-PR
O conflito entre professores e policiais militares é objeto de uma ação civil pública impetrada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) contra o governador Beto Richa.
Até quinta-feira (16), não havia uma decisão do Judiciário sobre o prosseguimento ou não da ação.
Além do governador, foram requeridos na ação pública o ex-secretário de Segurança Fernando Francischini, o ex-comandante da PM César Vinícius Kogut, o ex-subcomandante Nerino Mariano de Brito e o tenente-coronel Hudson Leôncio Teixeira – sendo estes dois últimos da Polícia Militar também.
Eles foram apontados pelo MP-PR como os responsáveis pela operação policial realizada no dia do conflito. Entre as irregularidades cometidas pelos requeridos, conforme o Ministério Público, estão excesso de força e gastos indevidos.
À época da apresentação da denúncia, a Procuradoria-Geral do Estado lamentou o comportamento da comissão nomeada pelo Ministério Público para investigar os fatos ocorridos em 29 de abril e se queixou de não ter tido acesso aos autos da investigação.
