17/07/2015
A Petrobras começa a receber hoje as propostas pelas 19 distribuidoras de gás reunidas na Gaspetro. Já as propostas por sete campos de petróleo no pré-sal brasileiro, que estão em diversas fases de exploração, deverão ser entregues no dia 31 deste mês.
Ainda estão em fase de formatação do modelo de venda outros ativos na longa lista prevista para desinvestimento da estatal, como a TAG (que será dividida em duas), Braskem e Transpetro, só para citar algumas. A abertura de capital da BR Distribuidora também está marcada para os próximos meses.
A estatal divulgou que pretende arrecadar este ano US$ 3 bilhões dos US$ 15,1 bilhões que estima obter com vendas até 2016, deixando a maior parte para o próximo ano. Mas podem vir surpresas, como o valor aumentar caso a companhia encontre compradores para as áreas em um momento desafiador de queda de preços do petróleo.
O Bank of America Merrill Lynch calculou o montante em US$ 24 bilhões considerando a venda de participações de até 49% dos ativos de exploração e produção, gás e energia e abastecimento. A conta considera só as vendas da Transportadora Associada de Gás (TAG), a BR Distribuidora, a participação de 66% no campo Carcará e 10% dos 40% detidos no campo de Libra.
Os analistas Frank McGann e Vicente Falanga Neto acham que o valor pode aumentar substancialmente, podendo superar os US$ 44 bilhões se participações maiores forem oferecidas.
As vendas estão sendo conduzidas pela gerente executiva de novos negócios da Petrobras, Isabela Mesquita Carneiro, que responde diretamente ao diretor financeiro da estatal, Ivan Monteiro.
Pela Gaspetro, as maiores apostas de oferta nesta sexta-feira estão sendo feitas na Mitsui e na Beijing Gas, mas também foram convidadas Marubeni, Itochu, Gas Natural e EDF, além da Gávea Investimentos, de Armínio Fraga. A Cosan, outra convidada, já informou que não vai participar. As participações da Petrobras nas transportadoras que trazem gás da Bolívia – TBG e GTB – ne a TMN, TNG e TSB não serão vendidos e por isso serão separadas da Gaspetro.
Quanto aos ativos da estatal brasileira na Argentina, as maiores apostas para aquisição da Petrobras Energía S/A (Pesa) são para a estatal YPF, que deve se associar a algum grupo privado. Os mais cotados são a Pan American Energy (PAE), a Pluspetrol e a Tecpetrol.
A Petrobras é a quarta maior empresa do setor na Argentina. Chegou na década de 1990, mas foi no início dos anos 2000 que realizou as maiores aquisições. Primeiro, foi uma troca de ativos com a Repsol orçada em US$ 1 bilhão na época, e, em 2002, adquiriu a Peres Companc por US$ 1,1 bilhão, seguida pela petroleira Santa Fé. A Pesa é controlada pela Petrobras Participaciones S.L (PPS), que detém 67,2% das ações e o restante é comercializado em bolsa.
No Chile, a imprensa menciona entre os interessados as chilenas Copec (maior distribuidora do país) e Enex, além da peruana Primax e a Puma Energy. Elas teriam feito due dilligences nos ativos adquiridos da Esso Chile Petrolera (subsidiária da ExxonMobil) em 2008 por US$ 400 milhões. Fontes ouvidas pelo Valor garantem que não há uma lista pronta, mas que a estatal aceita propostas para seu portfólio.
Fonte: Valor Econômico