Alunos da Escola Girassol – APAE contam com mais um esporte para ajudar a desenvolver suas habilidades. Por meio da Fundação Municipal de Desporto (FMD), cinco atletas treinam a modalidade de bocha para cadeirantes e pretendem participar das próximas competições do Parajasc, em 2016. Os treinos acontecem desde abril na sede da escola, nas segundas-feiras à tarde para três alunos e nas quintas-feiras pela manhã para outros dois.
A professora de Educação Física Daniela Ludwinsky, treinadora dos atletas, explica que a prática de bocha ajuda na evolução motorora dos alunos. “Desde que começaram com os treinamentos, eles tem aprimorado sua coordenação motora fina e também a noção de espaço de maneira bem rápida. No começo, jogavam a bolinha para fora das linhas demarcadas, agora já conseguem atingir o objetivo do jogo”, comenta.
O jogo de bocha adaptado segue as mesmas regras do convencinal, ou seja, o jogador deve aproximar o maior número de bolas (azuis ou vermelhas) e o mais perto possível de uma bola alvo (bola branca). Conforme Daniela, a modalidade é praticada por pessoas com paralisia cerebral (PC) severa, com alto grau de comprometimento motor nos quatro membros.
“Foi ótimo inserir a bocha paralímpica na escola, pois, até então, esses alunos não se adaptavam a nenhum outro esporte, devido às suas limitações. Eles ficam bem ansiosos pelos treinos, isso tem sido muito benéfico para o desenvolvimento deles. Estão sempre sorrindo quando é dia de jogo”, diz. A categoria treinada pelos atletas de São Bento do Sul é a BC2, onde eles jogam a bolinha sozinhos, sem auxílio de um guia, mas há mais categorias de bocha dentro da competição paralímpica.
Uma das atletas que se mostra contente por estar praticando o esporte é Camila Castilho Alves. O irmão, Jonathan Castilho Alves, também é aluno da APAE e participa dos treinamentos de atletismo pela FMD. No ano passado, ele conquistou medalha de bronze no arremesso de peso no Parajasc e foi contemplado com a Bolsa Atleta, concedida pela Prefeitura. Agora, Camila se empenha nos treinos para tentar conseguir o benefício também.
Sobre o esporte, Jéssica afirma, sorrindo, que vai se empenhar para também conquistar uma medalha. “Gosto muito de jogar, vou tentar ir bem como meu irmão”, afirma a atleta. Além dela, Adriano Winiarsky, Juliano Junkes, Edson Luiz Shultz e Marco Aurélio Ptaszeck praticam a bocha para cadeirantes.
Com a inclusão da bocha, sete modalidades são treinadas pelos alunos da APAE através da FMD: atletismo, natação, tênis de mesa, futsal, bocha para cadeirantes, halterofilismo e judô. Esta é a primeira vez que atletas cadeirantes representarão o município numa competição esportiva. O diretor de Esportes da FMD, Luiz Neri Pereira, o Magrão, fala que o objetivo da fundação é incluir cada vez mais pessoas com deficiência no esporte.
“É muito gratificante ver a evolução que conquistam quando iniciam alguma modalidade. Antes eles demoravam muito mais tempo para soltar a bola e agora conseguem atingir resultados bem bons. Será um orgulho ter a representativdade deles nos próximos eventos do Parajasc”, completa.