A unidade de tratamento de esgoto do loteamento Alpestre, no bairro Lençol, recebeu a Licença Ambiental de Operação, concedida pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma). De acordo com o diretor-presidente do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), Osvalcir Peters, o órgão constatou que a unidade está funcionando de acordo com as normas ambientais exigidas. Outras quatro estações de São Bento do Sul já contam com a licença.
A unidade funciona por meio de um sistema de coleta e tratamento de esgoto sanitário do tipo lodo ativado, que usa processos físicos e biológicos para alcançar um melhor resultado na remoção das impurezas. “As estações do município são construídas para que, ao tratar o esgoto e devolvê-lo ao meio ambiente, haja o menor impacto possível”, conta Peters. O que certifica a estação como ambientalmente correta são as etapas pelas quais o esgoto passa: gradeamento, desarenador, caixa de gordura, sedimentador primário, reator aeróbio e decantador secundário.
Tratamento
As primeiras etapas fazem parte do tratamento preliminar, que é responsável pela remoção de sólidos grosseiros e areia presentes no esgoto afluente. O engenheiro sanitarista do Samae, Adrian Jan Screnski, explica que no gradeamento ficam os sólidos maiores, a fim de não causarem entupimentos nas próximas etapas. “Nesse primeiro momento, ficam na grade fio dental, fios de cabelo, absorventes e tudo o que mais for jogado no vaso sanitário”, fala.
Em seguida, acontece a separação de material inorgânico, como a areia e terra, no processo de desarenador; e a remoção do resíduo sedimentável dos esgotos, gorduras e óleos flutuantes na caixa de gordura e sedimentador primário. Periodicamente, acontece a limpeza dessas caixas de separação e o material recolhido segue para o aterro sanitário. De acordo com o engenheiro, essas etapas fazem parte do processo físico do tratamento.
O processo biológico inicia a partir do reator aeróbico. Nesse tanque, há uma grande quantidade de microrganismos, que se desenvolvem com a injeção de ar e a agitação do esgoto. Estes microrganismos se alimentam da matéria orgânica contida no efluente e ajudam na decomposição, produzindo um lodo resultante deste processo, chamado de lodo ativado. A última etapa, no decantador secundário, é a separação do lodo e da água, através da gravidade. Uma parte do lodo é reaproveitada e volta para o reator, e a outra passa por uma secagem e segue para o aterro. O líquido restante, já tratado, segue para o rio, com seus parâmetros adequados ao que exige a legislação ambiental.
Adrian explica que cada estação da cidade é projetada de acordo com a necessidade do local. O sistema da estação do loteamento Alpestre, localizado na Rua Francisco Eckstein, foi projetado para atender a uma população de 1.358 pessoas, com uma vazão média de 1,88 litros por segundo.
“As unidades não seguem um único padrão, apesar de todas obedecerem a normas técnicas e ambientais. Elas são projetadas conforme a demanda de cada lugar, mas também possibilitam ampliações, caso haja necessidade conforme o aumento da população”, diz.
O engenheiro ainda conta que regularmente são feitas análises laboratoriais para verificar a melhora do tratamento dado ao esgoto. “Uma vez por mês, acontece uma análise por laboratório credenciado pela Fatma, mas o Samae realiza análises com mais frequência. São retiradas amostras dos efluentes antes e depois de passarem pela estação. Com esse processo realizado pelo Samae, temos uma eficiência aproximada de 80%”, afirma.
“Para nós, é sempre motivo de orgulho quando obtemos esse selo certificando nosso trabalho como sustentável”, declara Peters. Além do Alpestre, as estações de tratamento de esgoto dos bairros Brasília, Serra Alta, Cruzeiro e Wilfredo Weihermann já possuem a Licença Ambiental de Operação. A Estação do Parque Sueli ainda aguarda o certificado.