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Cardozo volta a rebater trecho de decisão do juiz Sérgio Moro

Terça, 23 de junho de 2015

 

Em entrevista na manhã desta terça-feira, ministro da Justiça criticou pontos do despacho sobre a prisão de executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez

 
Cardozo volta a rebater trecho de decisão do juiz Sérgio Moro Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Pela segunda vez, Cardozo rebateu trechos do despacho do juiz Sérgio MoroFoto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Três dias depois de rebater trechos da decisão do juiz Sérgio Moro sobre a prisão de executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, voltou a criticar os pontos do despacho que considera que "refletem no poder Executivo". Em entrevista ao programa Bom Dia Ministro, na manhã desta terça-feira, ele disse que o fato de uma empresa estar sob investigação não lhe tira o direito de participar de licitações:

— Pela Constituição, o governo não pode afastar quem quer que seja de uma licitação.

Na decisão que determinou a prisão temporária dos executivos Alexandrino Alencar, Cristina da Silva Jorge, Antônio Campelo de Souza e Flávio Lúcio Magalhães, na última sexta-feira, Moro avaliou que a permissão de participação das empresas investigadas naOperação Lava-Jato em licitações e a possibilidade de firmarem contratos com o poder público faz com que elas possam continuar cometendo atos de corrupção.

Cardozo ainda se posicionou sobre a referência do juiz à possibilidade de que as empresas investigadas participem futuramente do programa de concessões lançado pelo governo federal neste mês.

 

— Esse programa será composto de várias licitações, mas nenhum edital foi lançado, Não se pode lançar suspeitas sobre empresas sem que qualquer licitação tenha sido aberta — afirmou Cardozo. — Acho que o ministro da Justiça não deve interferir no sistema Judiciário, mas deve se manifestar quando efeitos reflexos de uma decisão afetam atividades do Executivo.

Nesta terça-feira, termina o prazo inicial de cinco dias da prisão temporária dos quatro executivos, e caberá a Moro a decisão de liberá-los ou prorrogar o prazo de detenção. Na entrevista, o ministro também se posicionou contrário ao projeto que prevê aredução da maioridade penal e disse que a medida agravaria a violência no país.

ís.



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