Para marcar o início da tão esperada restauração da Estação Ferroviária de Serra Alta, um encontro reúne autoridades, empresários, líderes comunitários e estudantes do bairro na tarde de sexta-feira. O ato começa às 14 horas e contará com a presença do deputado federal Mauro Mariani, que intermediou a liberação de recursos junto ao Ministério do Turismo.
Conforme o presidente da Fundação Cultural, Braulio Hantschel, o encontro com a comunidade, no momento em que iniciam os trabalhos de restauro, é importante para a compreensão da importância histórica do imóvel para Serra Alta e todo o município. “É uma melhoria aguardada há, pelo menos, vinte anos e que começa a sair do papel para a realidade”, observa.
Serão investidos na obra R$ 542.343,22, dos quais 152 mil são contrapartida da Prefeitura Municipal. A restauração inclui serviços básicos como a limpeza, troca de telhados e piso, pinturas de paredes, entre outros. Num segundo momento, a empresa inicia as obras para readequação de espaço para novo uso.
O prefeito Fernando Tureck destacou a importância do apoio do deputado, em Brasília, para acompanhar de perto o processo. “Foi um verdadeiro teste de resistência que também envolveu vários setores da prefeitura para salvar a estação”, comenta.
Corrida com obstáculos
Com a extinção da Rede Ferroviária Federal, as estações ferroviárias passaram a pertencer ao patrimônio da União. Foi necessário aguardar anos até que os impedimentos burocráticos fossem vencidos e a União encarregasse o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) de zelar pelo patrimônio ferroviário. Com isso, o IPHAN pode firmar um acordo permitindo que o município restaure e utilize o imóvel. Só então a equipe da Secretaria de Planejamento e empresa especializada puderam trabalhar na elaboração do projeto de restauração e submeter à aprovação do IPHAN.
Em fevereiro de 2013, o presidente da Fundação Cultural, Braulio Hantschel, foi a Florianópolis para solicitar a aprovação do projeto pela Fundação Catarinense de Cultura. “Como a estação é um bem tombado pelo patrimônio estadual, a aprovação da FCC é essencial. Sem isso nem poderíamos tentar conseguir recursos financeiros”, conta Braulio.
Em março a aprovação foi obtida e o passo seguinte foi a busca de recursos. “Fizemos várias tentativas, tanto pela Fundação Cultural quanto por meio da equipe de Convênios da prefeitura, liderada pelo Luís Muhlbauer, até surgir a oportunidade via Ministério do Turismo”, destacou o presidente.
Mesmo com a verba já assegurada, a luta pela restauração prosseguiu, pois, na primeira tentativa de licitação, não houve empresa habilitada. Na segunda licitação, a empresa LN Construções, de São Bento do Sul, foi a única a apresentar proposta, mas faltava uma comprovação de experiência anterior em restauro. Conforme prevê a legislação, a empresa deveria apresentar o documento em oito dias, o que ocorreu. “Foi uma nova corrida, desta vez para enviar toda a documentação à Caixa Econômica Federal para só então obter a autorização de início da obra”, comenta Luís Muhlbauer, diretor do setor de Convênios e Captação de Recursos.
Depois de restaurada, a estação vai abrigar posto de informações turísticas, espaço da memória ferroviária, venda de artesanato local e local para apresentações culturais. A concessão para instalação de uma cafeteria ou similar também está prevista.
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