Há mais mistérios entre um campo de futebol, as arquibancadas e a cartolagem do que apenas uma bola e onze jogadores. O escândalo envolvendo os altos dirigentes da FIFA, expõe parte – pois a faxina total nunca será revelada – da corrupção, das fraudes e da lavagem de dinheiro que envolvem o esporte mundial. O mundo, redondo como a bola, parece estar totalmente contaminado. A ganância, impunidade, roubalheira, os escândalos estão a demonstrar que realmente o crime compensa. Certo ou errado agora só acredito na “Justiça”, aquela feita pelo ditador coreano. O resto é balela e só serve para encher os noticiários e logo em seguida serem esquecidas. O castigo é logo substituído pelo perdão e pela delação premiada. Quanto mais envolvidos melhor. Nunca se chega a um único culpado. Se a lavanderia no futebol internacional começa a ser detonada por algumas prisões, bom seria que começassem a abrir a caixa preta da CBF, das Federações e dos clubes profissionais. Ainda que sejam entidades privadas, atuam na esfera pública e, via de regra, recorrem aos governos para incentivos e até para anistia fiscal, como se vê há muito tempo em relação as dívidas com encargos sociais e previdenciários.
A falta de transparência de boa parte dos clubes profissionais, das federações e da própria CBF é que tem provocado desinteresse de torcedores e muitas dúvidas sobre atos dos dirigentes.
Já que o STF autorizou a divulgação dos contratos milionários e suspeitos do BNDES com Cuba, Venezuela, Angola e outros regimes autoritários, por que não abrir agora as contas destas organizações esportivas?